A arrecadação federal somou R$ 254,2 bilhões em julho, segundo a Receita Federal. O montante representa alta real de 4,57% em comparação ao mesmo mês de 2024 e estabeleceu um recorde histórico para o período desde o início da série, em 1995.
No acumulado de janeiro a julho, o total arrecadado chegou a R$ 1,679 trilhão, crescimento de 4,41% acima da inflação frente a 2024, também o maior resultado da série.
O desempenho foi impulsionado pelo aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que arrecadou R$ 6,5 bilhões em julho, alta de 13,05% em termos reais. No acumulado do ano, o tributo soma R$ 43,5 bilhões, avanço de 9,42% acima da inflação. A Receita destacou, no entanto, que o impacto do IOF em julho foi limitado, pois o decreto que elevou a alíquota só voltou a vigorar na metade do mês por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
A expectativa é de que o efeito completo seja percebido a partir de agosto, podendo gerar aproximadamente R$ 12 bilhões adicionais em 2025. O STF manteve a elevação do imposto, mas excluiu a cobrança retroativa e sobre operações de risco sacado.
Outros fatores também reforçaram o caixa em julho: a taxação de apostas online e loterias, com R$ 928 milhões; receitas atípicas de cerca de R$ 3 bilhões com IRPJ e CSLL, principalmente de setores como mineração e petróleo; alta de 3,4% na arrecadação da Previdência Social; e crescimento de 2,9% no PIS/Cofins, impulsionado pelo aumento no consumo de serviços.
O desempenho acumulado reflete o crescimento da economia, com aumento real de 10,6% na massa salarial e avanço de 3,3% nas importações em dólares.
Meta fiscal
O governo avalia que a trajetória positiva da arrecadação amplia as chances de atingir a meta de déficit zero em 2025, ainda que haja margem de até R$ 31 bilhões de déficit (0,25% do PIB) sem descumprimento formal. Para 2026, a meta é alcançar superávit primário de 0,25% do PIB, o equivalente a R$ 31 bilhões.
No entanto, o cenário depende da aprovação da medida provisória editada em junho, que busca reforçar a arrecadação em R$ 10,5 bilhões neste ano e em R$ 20,87 bilhões em 2026. A proposta ainda tramita no Congresso Nacional.