Poucas empresas brasileiras deverão transferir suas linhas de produção para os Estados Unidos em resposta ao tarifaço aplicado pelo governo norte-americano. A avaliação é do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que afirmou que os efeitos sobre o mercado de trabalho brasileiro serão diminutos.
De acordo com projeções do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no pior cenário, a redução de empregos atingiria no máximo 320 mil vagas, considerando um total de 48 milhões de postos de trabalho.
“Convenhamos: não seria o desastre total”, afirmou Marinho, destacando que essa situação ocorreria apenas caso todos os fatores se mostrassem desfavoráveis. O comentário foi feito durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O objetivo do tarifaço norte-americano é incentivar empresas a se instalarem nos Estados Unidos, criando empregos e fortalecendo a economia local.
Compradores substitutos
Marinho explicou que, em viagens com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ouviu empresários relatando que conseguiram encontrar novos compradores para a produção antes destinada aos Estados Unidos.
“O empresário tem de olhar o mercado; um mercado secundário ou outro comprador. Pode ser que o outro país não queira pagar o mesmo preço, mas muitas vezes é preferível obter menor resultado do que prejuízo”, destacou.
O ministro ainda ressaltou que as compras públicas terão papel importante, especialmente para produtos alimentícios destinados a hospitais, merendas escolares e presídios.
Atenção especial
Segundo Marinho, o governo dará atenção aos setores mais impactados pelo tarifaço, principalmente aqueles que produzem quase que exclusivamente para o mercado norte-americano.
“Alguns setores serão fortemente atingidos. Outros sofrerão impactos leves ou nenhum, pois produzem essencialmente para outros mercados ou para o mercado interno”, explicou.
Questionado sobre a possibilidade de empresas transferirem linhas de montagem para os EUA, ele afirmou não perceber um movimento significativo nesse sentido, reforçando que o impacto sobre empregos será limitado, principalmente porque a economia brasileira se encontra em bom momento.
“Com as medidas do governo e o diálogo com o empresariado, conseguiremos atravessar este processo, e o Brasil sairá mais forte”, concluiu.