O valor da cesta básica apresentou redução em 15 capitais e aumento em 12 durante o mês de julho, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Pela primeira vez, o estudo abrangeu todas as capitais brasileiras e o Distrito Federal.
As maiores quedas foram observadas em Florianópolis (-2,6%), Curitiba (-2,4%), Rio de Janeiro (-2,3%) e Campo Grande (-2,1%). Já as altas mais significativas ocorreram em Recife (2,8%), Maceió (2%), Aracaju (2%), João Pessoa (1,8%) e Salvador (1,8%).
São Paulo manteve a cesta mais cara, a R$ 865,90, seguida de Florianópolis (R$ 844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$ 813,48). No outro extremo, os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74) e Salvador (R$ 635,08).
Na comparação entre julho de 2024 e julho de 2025, as 17 capitais já analisadas anteriormente registraram aumento em todas, com variação de 2% em Belém a 19,5% em Recife. No acumulado do ano, também houve alta em todas as cidades, de 0,3% em Goiânia até 11,4% em Recife.
Com base na cesta mais cara, em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas em julho deveria ter sido R$ 7.274,43, equivalente a 4,79 vezes o valor atual de R$ 1.518.
No mesmo período, o trabalhador que recebe o piso nacional comprometeu, em média, 50,9% do salário líquido com a compra dos itens básicos, ligeiramente abaixo dos 51,1% observados em junho.
Produtos
Entre os itens analisados, o arroz apresentou queda em quase todas as capitais, com destaque para Porto Velho (-7,1%), Palmas (-5,2%) e Florianópolis (-5%). A exceção foi Recife, onde houve alta de 0,65%.
O feijão caiu em 24 capitais, com destaque para o feijão preto em Vitória (-6,9%) e Florianópolis (-5,2%). Pequenos aumentos foram registrados em Porto Velho, Maceió e São Luís.
O café em pó teve redução em 21 cidades, principalmente em Belo Horizonte (-8,1%) e Teresina (-3,9%). Seis capitais registraram aumento, com destaque para Macapá (7%).
Já a carne bovina de primeira variou entre altas e quedas: 11 capitais registraram aumento, como Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%), enquanto 16 cidades tiveram queda, sendo a maior em Belém (-2,9%).
De acordo com o Dieese, fatores como tarifas sobre exportações e variações na colheita de produtos influenciaram diretamente os preços no mercado interno.