A cena era comovente: seis filhotes de cachorro, frágeis e assustados, abandonados na Estrada Adalgisa, em Sinop, em meio ao intenso tráfego de caminhões, próximo ao Depósito de Resíduos e Construção Civil. Sem pensar duas vezes, o motorista Wellington Batisti Bueno interrompeu sua rotina e resgatou os pequenos, oferecendo a eles a primeira chance de cuidado e proteção.
“Quando eu vi, dois estavam na rua, então liguei o alerta do caminhão e desci. Nesse momento, mais quatro vieram correndo. O movimento de caminhões era muito grande, então o perigo deles morrerem era alto. São seres vivos e, por serem filhotes, não tinham noção nenhuma e estavam sozinhos”, explicou Wellington, que, após o resgate, levou os filhotes até a Associação Protetora dos Animais de Sinop.
Na APAMS, os filhotes receberam os primeiros atendimentos necessários e veio mais uma atitude que gera esperança: Wellington decidiu dar um lar temporário a eles. “Estando comigo, eu sabia que iam estar bem cuidados e seriam levados para fazer os exames e receber os cuidados que precisavam. Acho que fiz o que todos que têm coração bom fariam, porque as pessoas más abandonam”, contou.
O gesto dele reforça a importância do lar temporário, um dos trabalhos voluntários que sustentam o dia a dia da APAMS. Quem conhece bem essa experiência é a professora Marilene Wizbiki, que há anos abre sua casa para acolher cães em situação de abandono.
“Participar de um projeto social é muito bacana, dá uma sensação muito boa. Já participo do projeto da APAMS há muitos anos, não sei nem ao certo quanto tempo. Sempre faço um trabalho voluntário com meus alunos, onde atuo de diversas formas: arrecadando produtos ou mesmo com auxílio via PIX”, relatou Marilene.
Ela tem oito cachorros em casa, e alguns foram adotados após serem recolhidos para terem um lar temporário. “Veio uma mamãezinha que teve filhotes aqui, inclusive fiquei com a Poli, e depois acabei adotando o Heitor, que havia sido devolvido. Depois disso, já foram outros três lares temporários. É muito bacana, uma sensação de gratificação por esses animaizinhos, que são como anjinhos sem asas. Acredito que quem tem espaço e um pouquinho de tempo poderia disponibilizar para atender, alimentar e medicar, se necessário”, completou.
Segundo a supervisora da APAMS, Samara Braga, os lares temporários são essenciais para salvar vidas e garantir dignidade a animais em situação de abandono. “Quando fazemos resgates de gatas e cadelas com filhotes ou prenhas, as pessoas podem abrir o seu lar temporariamente, até que os filhotes tenham idade suficiente para retornar à APAMS, receber o protocolo de vacinação e, então, serem liberados para adoção”, explicou Samara.
Ela lembrou ainda que quem oferece o lar temporário recebe todo o suporte necessário da APAMS. “Fornecemos ração, medicações e vitaminas, tanto para a mãe quanto para o filhote, se precisar. E, se a pessoa tiver um animalzinho em casa e precisar de uma consulta ou quiser castrá-lo, a APAMS fornece o procedimento gratuitamente, como forma de agradecimento por ter aberto as portas da sua casa para receber esse animal”, completou.
A história dos seis filhotes encontrados por Wellington é apenas um exemplo do quanto a união entre voluntários e a APAMS faz a diferença em Sinop. Para saber como oferecer um lar temporário ou se envolver em outras formas de voluntariado, procure a APAMS ou entre em contato pelo telefone (66) 9 9911-1177.