A menos de 90 dias da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para Belém,
O alerta foi feito pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente designado da COP30, em sua sexta carta à comunidade internacional. As metas, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), são consideradas uma demonstração concreta de compromisso dos governos com o Acordo de Paris e com seus cidadãos.
“Ao cruzarmos a marca dos 100 dias antes da COP30, cerca de quatro quintos dos membros do Acordo de Paris ainda não apresentaram novas NDCs para 2035”, destacou Corrêa Lago.
O Acordo de Paris, principal tratado global para conter os impactos climáticos e limitar o aquecimento a 1,5°C acima da média pré-industrial, completa dez anos em 2025, mas ainda enfrenta desafios no cumprimento das metas estabelecidas. Estudos apontam que ultrapassar esse limite pode gerar um ponto de não retorno para o clima.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), será necessário reduzir as emissões em 57% até 2035 para estabilizar a temperatura global nesse nível.
Espera-se que a maioria dos países que ainda não enviaram suas NDCs o faça até 24 de setembro de 2025, durante evento promovido pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, em Nova York, paralelo à 80ª Assembleia Geral da ONU.
Antecipação de consultas
A presidência da COP30 também anunciou a antecipação das consultas sobre temas centrais da conferência, tradicionalmente realizadas na segunda semana do evento. Segundo Corrêa Lago, a medida visa garantir processos inclusivos, transparentes e previsíveis antes da COP30.
As consultas preliminares serão online, seguidas por encontros presenciais: a primeira em 25 de setembro, em Nova York, e a segunda em 15 de outubro, em Brasília, após a Reunião Ministerial de Alto Nível da Pré-COP. A partir de 10 de novembro de 2025, durante a COP30, as consultas da presidência serão retomadas, com foco em cinco blocos fundamentais: mitigação, adaptação, meios de implementação, transição justa e balanço global de emissões (GST).