O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, recebe a exposição fotográfica ‘Perder Tudo. Novamente’, que ilustra o impacto de eventos climáticos extremos na vida de pessoas refugiadas. A mostra está instalada no corredor que conecta os setores de embarque e desembarque.
Realizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) em parceria com a concessionária do aeroporto, a exposição apresenta histórias de indivíduos que, após fugir de guerras e perseguições, enfrentaram novas tragédias provocadas por desastres ambientais como enchentes, secas e terremotos.
Segundo Samantha Federici, chefe do escritório de Parcerias com o Setor Privado do Acnur no Brasil, os eventos climáticos agravam vulnerabilidades já existentes e geram deslocamentos forçados adicionais. Ela ressalta que a crise climática não é apenas ambiental, mas também humana, afetando desproporcionalmente os mais vulneráveis.
Dados do Acnur indicam que nos últimos dez anos desastres relacionados ao clima provocaram 220 milhões de deslocamentos internos, impactando especialmente refugiados que vivem sem moradia segura, renda estável ou acesso a serviços essenciais. No Brasil, enchentes no Rio Grande do Sul afetaram 2,4 milhões de pessoas, incluindo 43 mil refugiados, principalmente da Venezuela e do Haiti.
A representante do Acnur defende a inclusão de refugiados em políticas públicas de prevenção, adaptação e resposta a emergências climáticas, destacando a importância de investir em moradias seguras, sistemas de alerta e infraestrutura resiliente, além de ampliar o financiamento climático global.
A exposição ficará em cartaz até 15 de setembro, oferecendo ao público uma reflexão sobre a ligação entre deslocamento forçado e mudanças climáticas, especialmente em locais de grande circulação como aeroportos, que simbolizam partidas e recomeços.