As vendas no comércio recuaram 0,1% de maio para junho, marcando a terceira queda consecutiva, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (13). Somando os resultados de abril e maio, o setor acumula retração de 0,8% em relação a março, o maior recuo registrado desde o início da série histórica, em 2000.
No primeiro semestre, o comércio brasileiro avançou 1,8%, enquanto em 12 meses acumulou crescimento de 2,7%. Comparado a junho de 2024, houve alta de 0,3%.
Segundo o gerente Cristiano dos Santos, os últimos três meses refletem uma estabilidade com tendência de queda. Ele atribui a desaceleração à diminuição do crédito provocada pela alta taxa de juros e à inflação, mesmo diante de indicadores positivos como aumento do emprego e do rendimento médio do trabalhador, que incentivam o consumo.
“No geral, nesse primeiro semestre, temos um grande crescimento que atingiu o pico em março, seguido de um arrefecimento gradual”, avalia Santos.
Das oito atividades pesquisadas pelo IBGE, cinco apresentaram retração de maio para junho: equipamentos e material de escritório (-2,7%), livros, jornais e papelaria (-1,5%), móveis e eletrodomésticos (-1,2%), artigos farmacêuticos e perfumaria (-0,9%) e hipermercados e supermercados (-0,5%).
Por outro lado, três segmentos registraram crescimento: outros artigos de uso pessoal e doméstico (1%), tecidos, vestuário e calçados (0,5%) e combustíveis e lubrificantes (0,3%). A pesquisa considera empresas formalizadas com 20 ou mais funcionários.
Comércio varejista ampliado
No varejo ampliado, que inclui atacado de veículos, motos, partes e peças, material de construção e produtos alimentícios, bebidas e fumo, o índice caiu 2,5% de maio para junho e apresenta expansão de 2% no acumulado de 12 meses.