A safra de café arábica 2024/25 está em fase final de colheita no país, mas os resultados têm frustrado as expectativas iniciais. Levantamentos do Cepea revelam que o rendimento nas lavouras está significativamente abaixo do padrão histórico, exigindo maior volume de grãos para compor uma saca de 60 kg de café beneficiado.
Queda na eficiência produtiva
Em Minas Gerais e em parte de São Paulo – principais regiões produtoras – os cafeicultores relatam a necessidade de até 12 “saquinhos” (medida tradicional equivalente a cerca de 5 kg cada) para completar uma saca, quando o normal seria entre 7 e 8 unidades. Esse indicador reflete:
- Grãos com menor desenvolvimento físico
- Problemas no enchimento dos frutos
- Maior proporção de defeitos
Fatores climáticos impactantes
O desempenho abaixo do esperado é atribuído principalmente às adversidades climáticas:
Outono/inverno 2024:
- Baixo volume de chuvas
- Períodos prolongados de altas temperaturas
Verão 2025 (fevereiro/março):
- Precipitações abaixo da média
- Estresse hídrico prolongado
Revisão de estimativas
Diante dos dados de campo, agentes do setor consultados pelo Cepea projetam que:
- As estatísticas oficiais de produção deverão ser reavaliadas
- Possíveis ajustes negativos nas projeções nos próximos meses
- Impacto na oferta disponível para o mercado interno e exportações
Consequências para o mercado
A menor eficiência na colheita tende a:
- Elevar os custos de produção por saca beneficiada
- Reduzir a margem dos produtores
- Potencialmente sustentar preços em patamares mais elevados
Com a colheita se encerrando em agosto, a atenção do setor agora se volta para o desenvolvimento das floradas da próxima safra e para as condições climáticas nos próximos meses, que serão determinantes para a recuperação dos cafezais. A situação atual reforça os desafios enfrentados pelos cafeicultores brasileiros diante da crescente instabilidade climática.