Pesquisadores apresentam estratégias para conter microplástico no Brasil

Relatório da Academia Brasileira de Ciências aponta impacto alarmante do microplástico e sugere ações coordenadas para reduzir a poluição marinha.

Fonte: CenárioMT

Rio de Janeiro (RJ), 30/07/2025 – Ressaca no mar acumula lixo plástico na praia do Leme, após passagem de um ciclone extratropical. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgou nesta quinta-feira (7) o relatório Microplásticos: um problema complexo e urgente, que detalha os danos causados pelo descarte inadequado desses fragmentos e apresenta propostas para conter a poluição, especialmente em rios e oceanos.

De acordo com levantamento da entidade, o Brasil é responsável por até 190 mil toneladas de lixo marinho ao ano. No mundo, a produção de plástico chega a 400 milhões de toneladas anuais, com menos de 10% reciclado. Cerca de 80% dos resíduos plásticos que atingem o mar vêm de atividades em terra, como turismo, indústria e má gestão de resíduos. Os outros 20% são resultado de ações no próprio mar, como transporte marítimo e pesca.

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Segundo a presidente da ABC, Helena Nader, enfrentar o problema exige cooperação entre governo, setor produtivo, comunidade científica e sociedade, com investimentos em educação, inovação e regulação. Uma vez no oceano, os microplásticos se espalham por marés, correntes e ventos, impactando ecossistemas, economia e saúde humana. Estudos já identificaram sua presença em órgãos como placentas e cordões umbilicais.

O vice-presidente da ABC para a Região Norte, Adalberto Luis Val, defende que é preciso assumir responsabilidade pelo ciclo completo do plástico, desde a produção até a reciclagem.

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Propostas para combater a poluição

  • Governança: revisão do Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar e fortalecimento de acordos internacionais sobre poluição plástica;
  • Ciência e inovação: ampliar investimentos em reciclagem, promover a reutilização e substituir polímeros sintéticos por biodegradáveis;
  • Fomento: criar mecanismos para avaliar riscos à saúde e adotar tecnologias, como a nanotecnologia, para reaproveitamento;
  • Capacitação: qualificar catadores e professores da educação básica;
  • Circularidade: aprimorar leis para descarte e recolhimento adequado de plásticos;
  • Educação e comunicação: políticas de educação ambiental e campanhas para empresas, trabalhadores e agronegócio.
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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.