A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de Mato Grosso anunciou que a Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, será transformada em uma unidade cívico-militar. A decisão, comunicada após a divulgação de um vídeo de uma aluna de 12 anos sendo espancada, gerou um debate sobre a eficácia da medida como solução para a violência escolar.
A agressão, que chocou a comunidade, foi cometida por um grupo de quatro adolescentes, de 11 a 14 anos, que, segundo a Polícia Civil, agia como uma “facção criminosa”. As investigações revelaram que o grupo tinha regras próprias, aplicava “salves” e já havia agredido outras quatro alunas. Três das menores foram apreendidas, mas uma delas, por ter 11 anos, não pode ser internada por conta do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A decisão de militarizar a escola foi justificada pelo secretário de Educação, Alan Porto, como uma forma de criar um “ambiente mais adequado” e de “disciplina”. A medida, no entanto, é duramente criticada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT). A entidade argumenta que a violência é um problema social e que a militarização desvia recursos que poderiam ser usados na valorização dos profissionais de educação, enquanto a criminalidade nas ruas continua a crescer.
O presidente do sindicato, Henrique Lopes, afirmou que o governo aposta em uma solução incompleta para um problema complexo. A Escola Carlos Hugueney se junta a outras 130 unidades estaduais que já operam sob o modelo cívico-militar.