O cantor e compositor Arlindo Cruz, de 66 anos, está sendo velado desde as 18h deste sábado (9) na quadra do Império Serrano, escola de samba à qual dedicou boa parte de sua trajetória. O corpo foi colocado no centro do espaço, que foi preparado para receber familiares, amigos e fãs em uma cerimônia aberta ao público.
O velório se estende até as 10h deste domingo (10). Entre as primeiras homenagens, coroas de flores foram enviadas pela Beija-Flor de Nilópolis e pela Presidência da República, com mensagem assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Janja. A família pediu que os presentes usem roupas claras, preferencialmente brancas.
O ato segue o formato de gurufim, tradição afro-brasileira de despedida, marcada por música, dança, comida e bebida, transformando o luto em celebração. A bateria do Império Serrano participa da homenagem. O termo vem do quimbundo, idioma de Angola, e significa “adeus” ou “despedida”. No passado, esses rituais eram comuns em velórios realizados nas próprias casas, reunindo comunidades durante toda a noite.
O enterro está previsto para este domingo, às 11h, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio de Janeiro, após uma cerimônia reservada a familiares e amigos. Arlindo morreu na sexta-feira (8), vítima de falência múltipla dos órgãos, após enfrentar sequelas de um AVC sofrido em 2017.
Com mais de 700 composições, o artista teve ligação marcante com o bloco Cacique de Ramos e o Império Serrano, para o qual escreveu 12 sambas-enredo e foi homenageado no Carnaval de 2023. Notas de pesar emitidas por ambas as instituições destacaram sua relevância para a história do samba.
A TV Brasil exibiu homenagens especiais, incluindo a reexibição do programa Samba na Gamboa, com Arlindinho Cruz, e uma edição temática do Sem Censura, apresentada por Cissa Guimarães, que contou com a participação da esposa Babi Cruz e do escritor Marcos Salles, autor da biografia “O Sambista Perfeito”.


















