Sentado no espaço infantil Mabel Velloso, no Pelourinho, em Salvador, o ator, escritor e apresentador Lázaro Ramos participou da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô) com um bate-papo voltado para crianças, jovens e adultos. Ao ser questionado por uma criança sobre a origem de sua criatividade, Lázaro respondeu que escreve para a criança que foi, para os filhos que tem e para todas as crianças que conhece, sempre atento ao mundo ao seu redor.
Autor de obras infantis, juvenis e autobiográficas como Na Minha Pele, Sinto o que Sinto e Você não é Invisível, o ator atraiu uma multidão no evento realizado no centro histórico de Salvador, conversando com simpatia, posando para fotos e realizando sessão de autógrafos.
Em entrevista, Lázaro destacou a relevância de estimular o hábito da leitura desde cedo: “Começar a ser leitor na infância é importantíssimo. Quando você descobre a importância da leitura quando é bem pequeno, isso fica para toda a vida”.
Os temas de seus livros infantis abordam tecnologia responsável, criatividade, autoestima e ancestralidade, com foco especial nas crianças negras, mas também buscando promover a diversidade e o respeito entre todos.
O jovem João Pedro Magalhães Sena, de 10 anos, fã de Lázaro, destacou que a leitura amplia o vocabulário e abre novos mundos, reforçando o papel da literatura na formação de crianças e adolescentes.
Representatividade e cultura negra
Nascido em Salvador, Lázaro ressaltou a importância da ocupação cultural do Pelourinho e a valorização da literatura negra na Flipelô: “Valorizar nossa história, nossos talentos e principalmente nossas crianças que estão sedentas por saber e diversão”. Ele ainda ressaltou a necessidade de ampliar a presença negra nas artes para garantir representatividade verdadeira e plural.
Lançamento sobre Ruth de Souza
Lázaro anunciou o lançamento de seu novo livro, A Rainha da Rua Paissandu, uma biografia da atriz Ruth de Souza, escrita a partir de conversas e memórias pessoais. A publicação, prevista para setembro, resgata a trajetória da atriz que faleceu em 2019, aos 96 anos, e teve grande impacto na cultura brasileira.
“Tive a alegria de acompanhar dona Ruth e registrar sua história para que o mundo a conheça como ela gostaria”, contou o autor durante o evento.