Diante do avanço de casos de sarampo na Bolívia, o estado de Mato Grosso intensificou suas estratégias de prevenção, especialmente nas cidades de fronteira. No entanto, o alerta das autoridades de saúde é para a baixa cobertura vacinal em grande parte do estado, o que representa uma porta de entrada para a reintrodução da doença, que não tem registros em MT até o momento.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Alessandra Moraes, a união de esforços é crucial. “A nossa preocupação são os bolsões de municípios que não atingiram a cobertura. Esse desequilíbrio de um município que tem a cobertura ideal para outro que não tem pode ser a porta necessária para a reintrodução do sarampo em Mato Grosso”, destacou.
Atualmente, a cobertura da primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) no estado é de 88,1%, enquanto a segunda dose atinge apenas 65,8%. Ambas as taxas estão muito abaixo da meta de 95% recomendada pelo Ministério da Saúde. Para reverter o quadro, a SES-MT já distribuiu 166.500 doses da vacina tríplice viral para todos os municípios e 3.540 doses da dupla viral (sarampo e rubéola) para as cinco cidades da fronteira com a Bolívia.
As ações de prevenção estão concentradas em Cáceres, Comodoro, Pontes e Lacerda, Porto Esperidião e Vila Bela da Santíssima Trindade. A preocupação aumentou após a confirmação de um caso de sarampo na cidade boliviana de San Matías, que faz divisa com Cáceres. Para reforçar a imunização na região, um caminhão de vacinação, parte do programa Imuniza Mais MT, está atuando na fronteira de Cáceres.
O alerta de vacinação se estende a toda a população, não apenas às crianças. A superintendente reforça a necessidade de pais, mães e responsáveis levarem seus filhos e, ao mesmo tempo, atualizarem seus próprios cartões de vacinação. Quem não se lembra se foi imunizado pode procurar um posto de saúde para garantir a proteção.
O risco de reintrodução do sarampo é ainda maior em eventos de grande porte. Uma equipe de vigilância em saúde está atuando no 42º Festival Internacional de Pesca Esportiva de Cáceres (FIPe) para identificar e mitigar riscos. O festival, que deve receber cerca de 250 mil visitantes de diferentes estados e países, exige um planejamento especial para evitar que se torne um ponto de disseminação da doença.
