Brasília foi palco da 4ª Marcha das Mulheres Indígenas nesta quinta-feira (7), reunindo mais de sete mil participantes de diferentes etnias para denunciar violências e defender seus territórios. O tema da mobilização foi “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta”, reforçando a conexão entre identidade, terra e meio ambiente.
As manifestações criticaram projetos como o PL 2159, que flexibiliza licenças ambientais, e a tese do marco temporal, apontada pelas participantes como ameaça aos direitos indígenas. Cartazes e faixas, em diversos idiomas, pediam o fim da violência de gênero e a imediata demarcação de terras.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, acompanhou a marcha ao lado da atriz Alessandra Negrini. Ambas carregavam uma faixa com a mensagem de proteção aos corpos e territórios indígenas. “Seguimos juntas pelo bem viver indígena”, disse Guajajara, reforçando o apoio institucional às pautas levantadas.
Vindas de todos os biomas brasileiros, as participantes destacaram o papel central da mulher indígena na preservação do meio ambiente e na luta por direitos. “Somos as protagonistas da nossa história”, afirmou Weena Tikuna, do Amazonas, ao defender o fim do desmatamento.
Com sua filha de colo, Aline Ikpeng, do Parque Indígena do Xingu (MT), lamentou a destruição ambiental e disse lutar pelo futuro das próximas gerações. “Nós estamos sendo massacrados, a mata e os animais desaparecendo”, declarou.
Durante a semana da marcha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a homologação de três novas Terras Indígenas: Pitaguary, Lagoa Encantada e Tremembé de Queimadas, todas no Ceará. Com essas, o total de territórios homologados nos últimos dois anos chega a 16. Segundo o governo, a escolha levou em conta o avanço dos processos administrativos e o longo tempo de espera das comunidades.