O Palácio Gustavo Capanema, ícone da arquitetura moderna brasileira, reabre ao público nesta quinta-feira (7) com visitas educativas mediadas por estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ, graças a uma parceria com o Ministério da Cultura. Localizado no centro do Rio de Janeiro, o edifício agora pode ser visitado individualmente ou em grupo, às quintas e sextas-feiras, nos horários de 9h, 11h30, 14h e 15h30. As visitas em inglês estão disponíveis às quintas, às 11h30, e às sextas, às 15h30, mediante agendamento com pelo menos 24 horas de antecedência.
A ministra Margareth Menezes destacou que a reabertura representa uma reconexão do país com um de seus maiores símbolos culturais. Construído entre 1937 e 1945 para sediar o então Ministério da Educação e Saúde Pública, o prédio foi projetado por Lúcio Costa, com colaboração de Oscar Niemeyer e consultoria de Le Corbusier, ícone da arquitetura mundial.
O edifício de 16 andares reúne obras de Cândido Portinari, Roberto Burle Marx e Bruno Giorgi, entre outros, e é tombado como patrimônio histórico desde 1948. Segundo o arquiteto Andrei Schlee, do Iphan, o projeto incorpora elementos da tradição brasileira como forma de expressão nacional.
Instalado em uma área de 27.536 m², o Palácio passou por obras de conservação iniciadas em 2019 e reabriu em maio de 2025, após investimento de R$ 84,3 milhões do governo federal, por meio do Novo PAC. A reforma incluiu restauro estrutural e modernização, preservando o valor histórico e simbólico do espaço. Atualmente, o prédio abriga unidades como o Iphan, a Biblioteca Nacional, a Casa de Rui Barbosa e a Funarte, esta última com sede permanente no local.
O Capanema também foi palco de manifestações culturais em momentos de crise institucional. Em 2016, recebeu o movimento Ocupa MinC contra a extinção do ministério e, em 2021, foi centro de protestos contra o desmonte da pasta e sua inclusão na lista de imóveis a serem leiloados pelo governo anterior. Após forte repercussão negativa, o edifício foi retirado do chamado ‘feirão de imóveis’.