O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (4) que ainda é prematuro avaliar os impactos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o mercado de trabalho brasileiro. Em entrevista coletiva, Marinho destacou a disposição do governo em negociar com Washington e reforçou que o Brasil permanece aberto ao diálogo comercial.
“O mundo não vai acabar. O mundo continuará lindo, firme e forte. O governo brasileiro e o presidente Lula dizem sempre que estamos inteiramente à disposição das negociações com os americanos e com qualquer outro país que deseje dialogar com o Brasil sobre eventuais parcerias comerciais”, declarou o ministro ao comentar os dados do Novo Caged.
Plano de contingência em estudo
O governo federal elabora um plano de contingência para apoiar os setores afetados pelas novas medidas tarifárias. Marinho, no entanto, não detalhou as ações previstas, afirmando que o pacote de ajuda ainda está sendo finalizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Segundo ele, as decisões finais sobre o plano só devem ser anunciadas a partir de quarta-feira (6), quando as tarifas americanas entram oficialmente em vigor. Marinho também destacou que alterações nas negociações com os EUA podem influenciar diretamente as medidas brasileiras.
“Acho que ele [Trump] não tem muita convicção porque voltou atrás em vários produtos. Como se trata de uma relação um pouco tanto esquizofrênica, temos que aguardar as consolidações para poder tomar as decisões. Para ter base real e concreta para tomada de decisão”, afirmou.
Relação bilateral
Marinho ressaltou a importância da manutenção do diálogo entre Brasil e Estados Unidos, afirmando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está aberto a conversar, desde que com base em informações corretas.
O ministro contestou a alegação de déficit comercial dos EUA em relação ao Brasil, apontando que, na verdade, os norte-americanos exportam mais para o país sul-americano do que o contrário. “Está clarinho que não existe esse déficit em desfavor dos Estados Unidos e, sim, do Brasil. Quem teria de reclamar somos nós”, disse.
Ele concluiu enfatizando que os laços comerciais entre as duas nações são históricos e não devem ser comprometidos por equívocos. “Os Estados Unidos são um importante parceiro comercial do Brasil e as relações bilaterais são antigas, de dois séculos. Não é possível misturar ‘alhos com bugalhos’. E ninguém pode ficar com qualquer dúvida, respeitadas as circunstâncias de cada país.”