Durante uma expedição entre 26 e 31 de julho, os irmãos Pedro e Bernardo Gribel Sabino, de 11 e 10 anos, naturais de Belo Horizonte (MG), percorreram o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia em Mato Grosso com um objetivo claro: observar aves e se conectar com a natureza.
A viagem foi organizada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) após a participação da família na feira Avistar, em São Paulo. O projeto reforça a presença de uma nova geração no cenário da observação de aves no Brasil, simbolizada pelos irmãos, criadores do canal Bird Bros no YouTube.
“O que eu mais gostei foi de observar as aves e conhecer pessoas tão legais”, disse Pedro, surpreso com a quantidade de espécies identificadas em poucos dias. Bernardo, por sua vez, destacou o encanto pelas plumagens exóticas e a emoção de ver o tiê-bicudo, uma espécie ameaçada com menos de 400 indivíduos conhecidos.
Segundo os jovens, São José do Rio Claro foi o ponto alto da viagem, com grande concentração de espécies como a saripoca-de-gould, curica de bochecha laranja e o próprio tiê-bicudo. As hospedagens Jardim da Amazônia e Cunhataí Porã, bem como o Hotel Pantanal Mato Grosso, foram essenciais na jornada.
A secretária adjunta de Turismo, Maria Letícia Costa, afirmou que “é fundamental incentivar essa nova geração que une tecnologia, conservação e encantamento”, reconhecendo o papel dos meninos como influenciadores no turismo ambiental.
Para a mãe, Paula Frazão, o acolhimento recebido foi comovente. Ela destacou o empenho dos guias Braulio Carlos e Giuliano Bernardon, referências nacionais no birdwatching, que acompanharam os meninos nas trilhas e safáris.
O pai, Leonardo Sabino, indicou o Pantanal como ideal para iniciantes, graças à vegetação aberta, enquanto o Cerrado e a Amazônia oferecem desafios próprios. A família também se encantou com o tuiuiú e a saíra-sete-cores.
Encerrando a expedição, Pedro e Bernardo pretendem criar um álbum de figurinhas com as aves observadas no Estado, contribuindo com uma abordagem lúdica e educativa à preservação ambiental.
O futuro do birdwatching no Brasil, cada vez mais, tem voz e olhar infantil.
