Transformar resíduos do algodão em insumos de alto valor agregado é o objetivo de uma equipe de estudantes da Mato Grosso, contemplados com bolsas do programa de Iniciação Científica Júnior (IC-Jr), do CNPq. A líder do grupo, Jennyfer Angelina Costa Ribeiro, aluna do curso técnico em Têxtil da Escola Técnica Estadual (ETEC) de Campo Verde, explica que o foco é produzir nanocristais de celulose a partir de resíduos da fiação do algodão.
Além de Jennyfer, outros estudantes também participam com projetos distintos. Artur Vinícius Miranda Rocha investiga micropós e fibras residuais. Eduardo dos Santos Melo Filho trabalha no desenvolvimento de carbonos fluorescentes com potencial de aplicação na agricultura. Já Leonardo Guimarães Busanello da Silva está concentrado na criação de hidrogéis biodegradáveis que liberam fertilizantes de forma controlada. Guilherme de Almeida Melo pesquisa o uso do biochar, um subproduto da mandioca, voltado para a agricultura familiar.
Todos os projetos estão sendo desenvolvidos com base na Mostra Estadual das Escolas Técnicas (MEET) e contam com a orientação do professor Dr. Mário Rodrigo dos Santos Soares, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanotecnologia para Agricultura Sustentável (INCT Nano Agro). Os alunos, que cursam o ensino médio junto com a formação técnica, recebem uma bolsa mensal de R$ 300 do CNPq.
As iniciativas refletem um esforço por práticas sustentáveis e inclusão feminina na ciência. “Mais do que uma bolsa, isso é um investimento na nossa trajetória”, afirma Jennyfer. O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Allan Kardec, destacou o papel transformador da educação profissional na produção científica.
Com duração de 12 meses, os projetos têm como meta gerar conhecimento técnico-científico com aplicação direta na agricultura, reforçando o protagonismo de jovens pesquisadores na construção de soluções sustentáveis para o campo.