Mato Grosso alcançou em julho de 2025 o menor número de focos de calor registrados para o mês nos últimos 27 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram contabilizados 1.017 focos, uma redução de 70,9% em relação à média histórica de 3.503 ocorrências no período.
O levantamento do Inpe também mostra que entre janeiro e junho deste ano foram detectados 3.538 focos de calor, número inferior à média da última década para o mesmo intervalo, que era de 5.768. Essa redução expressiva é atribuída à combinação de condições climáticas favoráveis e à política de tolerância zero contra crimes ambientais adotada pelo governo estadual.
Entre as ações destacadas estão o início do período proibitivo do uso do fogo para manejo rural — a partir de 1º de junho no Pantanal e 1º de julho nas regiões da Amazônia e Cerrado — além do reforço na fiscalização, campanhas educativas e monitoramento constante.
O comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), tenente-coronel Rafael Marcondes, ressaltou que o prolongamento das chuvas até junho contribuiu para o cenário positivo, mas reforçou que o comprometimento da população e a estratégia governamental foram fundamentais para os resultados.
A Sala de Situação do BEA, que opera durante todo o ano, identifica se um foco de calor é causado por queima controlada, queimada ilegal ou incêndio florestal, garantindo ações direcionadas. “O monitoramento contínuo e o cruzamento de dados em tempo real têm sido cruciais para a resposta eficiente das equipes”, afirmou Marcondes.
Entre as iniciativas mais relevantes está a Operação Infravermelho, que usa imagens de satélite para detectar o primeiro foco de calor em uma área específica e cruza essas informações com o Cadastro Ambiental Rural (CAR), permitindo identificar rapidamente o responsável pela propriedade.
Para 2025, o Governo do Estado destina R$ 125 milhões ao combate ao desmatamento ilegal e aos incêndios florestais. Do total, R$ 78 milhões são direcionados diretamente às operações da corporação, com destaque para a contratação de brigadistas, ampliação da frota, aquisição de maquinário pesado e parcerias estratégicas.
Já estão mobilizados 1.420 militares, além de 150 brigadistas estaduais e 100 municipais, que atuarão em ciclos operacionais. Está previsto um aumento de 75% na frota de viaturas, com a locação de 80 novos veículos, e um crescimento de 300% nas horas de voo com oito aeronaves e um helicóptero em operação. Também serão utilizadas 28 máquinas pesadas para abrir e manter acessos, com meta de alcançar 1.767,2 km em estradas e aceiros.