A saturação da capacidade logística em Mato Grosso elevou os custos do transporte rodoviário de grãos na última semana, com altas expressivas nas principais rotas do estado. O cenário reflete o pico da safra em meio a gargalos estruturais, pressionando os valores para patamares que impactam diretamente a rentabilidade do agronegócio.
Principais rotas em alta:
- Sorriso (MT) → Miritituba (PA): disparou 6,29%, atingindo R$ 332,22/tonelada
 - Canarana (MT) → Uberlândia (MG): subiu 4,60%, fechando a R$ 291,78/tonelada
 
Crise logística estrutural
O movimento é resultado de três fatores críticos:
- Volume recorde de grãos para transporte na safra 24/25
 - Frota insuficiente para atender à demanda concentrada
 - Gargalos nos modais alternativos, com ferrovias e hidrovias operando no limite
 
O problema se agrava pela dependência histórica do modal rodoviário – responsável por mais de 70% do transporte de grãos no estado.
Impacto em cascata
As altas nos fretes:
- Reduzem a margem líquida dos produtores
 - Atrasam o escoamento, aumentando riscos de perdas
 - Podem refletir nos preços finais aos consumidores
 
Especialistas alertam que a situação só deve aliviar com a conclusão de obras estratégicas como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) e ampliação da capacidade portuária no Arco Norte. Enquanto isso, os produtores mato-grossenses seguem pagando o preço da infraestrutura deficitária – literalmente.
Com a safra em pleno fluxo e a janela de escoamento se estreitando, a tendência é de manutenção ou até aceleração dessas altas nas próximas semanas, colocando ainda mais pressão sobre a cadeia do agronegócio brasileiro.
    
    
    
    
    
							












