Embraer escapa de tarifa nos EUA e reforça defesa por isenção global

Empresa brasileira foi retirada da lista de produtos sujeitos à tarifa de 50% imposta pelos EUA, após alegações de ameaça à segurança nacional.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF) 19.07.2024 - O jato E175 da Embraer que será exportado para a American Airlines. Foto: Ricardo Beccari/Embraer
Embraer escapa de tarifa nos EUA e reforça defesa por isenção global - Foto: Ricardo Beccari/Embraer

A Embraer foi excluída da tarifa de 50% que os Estados Unidos aplicariam a uma série de produtos brasileiros. A medida beneficia aeronaves, motores, peças e componentes de aviação, que estão entre os 694 itens isentos listados pela Casa Branca.

Para a fabricante, terceira maior do mundo no setor, a decisão representa o reconhecimento de sua relevância estratégica para ambos os países. Em nota, a Embraer declarou seguir defendendo a tarifa zero para a indústria aeroespacial global.

“Apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”, acrescentou a companhia.

Na semana anterior, a empresa havia alertado que a tarifa aumentaria o preço de cada aeronave vendida aos EUA em cerca de R$ 50 milhões, com impacto estimado de até R$ 20 bilhões em tarifas até 2030.

Segundo a Amcham Brasil, os produtos excluídos da tarifação representaram US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras em 2024, o que equivale a 43,4% dos US$ 42,3 bilhões exportados aos EUA. O setor de aeronaves respondeu por US$ 2 bilhões desse total, sendo metade em aeronaves leves, principal segmento da Embraer.

Apesar da isenção, produtos da Embraer seguem com tarifa de 10% desde abril, taxa que permanece em vigor durante o mês de agosto.

Valorização no mercado

A notícia da inclusão nas exceções provocou reação imediata no mercado. As ações da Embraer registraram alta de 10,93% nesta quarta-feira (30).

Contexto do tarifaço

A ordem executiva que impôs a tarifa foi assinada pelo ex-presidente Donald Trump, sob o argumento de que o Brasil representaria uma ameaça extraordinária à segurança nacional dos EUA. O documento cita perseguições políticas a Jair Bolsonaro, medidas contra plataformas digitais e decisões do ministro Alexandre de Moraes como justificativas para a sanção.

Trump acusa o governo brasileiro de violar direitos humanos e minar o Estado de Direito, além de afirmar que o ministro do STF teria usado o cargo para reprimir opositores políticos e impor censura com apoio de outras autoridades.