Os preços do arroz em casca no Rio Grande do Sul encerram o mês de julho em trajetória de alta, impulsionados pela demanda firme e pela restrição na oferta. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), muitos produtores seguem cautelosos nas vendas, liberando apenas volumes pontuais para cumprir compromissos financeiros, à espera de cotações mais atrativas no médio prazo.
Além da postura retraída dos orizicultores, a expectativa positiva em relação às exportações também ajuda a sustentar os valores no mercado interno. Apesar do movimento de recuperação nas últimas semanas, o preço do arroz acumula queda expressiva de cerca de 30% ao longo de 2025, o que pressiona a rentabilidade da atividade.
O cenário atual, segundo o Cepea, tem gerado apreensão entre os produtores, que já sinalizam intenção de reduzir a área plantada na próxima safra. A combinação entre custos elevados, incertezas de mercado e a frustração com os preços registrados nos primeiros meses do ano desestimula novos investimentos no cultivo, o que pode ter reflexos diretos sobre a oferta futura do cereal.
Embora o momento seja de firmeza nas cotações, a sustentabilidade da atividade segue ameaçada, exigindo planejamento estratégico dos orizicultores e atenção do setor quanto às políticas de apoio à produção e ao escoamento da safra.
