Exportações garantem resiliência de Mato Grosso frente à tarifa dos EUA

Com apenas 1,5% das exportações voltadas aos EUA, Mato Grosso sente pouco impacto da nova tarifa americana, fortalecendo sua presença na China e outros mercados.

Fonte: CenárioMT

Tchélo Figueiredo
Exportações garantem resiliência de Mato Grosso frente à tarifa dos EUA - Foto: SEDEC

Mato Grosso foi o segundo estado brasileiro menos afetado pela tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, apenas 1,5% das exportações mato-grossenses tiveram como destino os EUA em 2024, ficando atrás apenas de Roraima, com 0,3%.

Essa baixa exposição ao mercado norte-americano é resultado da estratégia de diversificação de mercados adotada pelo estado. Atualmente, 45,9% das exportações têm como destino a China, principal parceira comercial, o que reduz significativamente a dependência de mercados tradicionais.

Durante o primeiro semestre de 2025, Mato Grosso exportou US$ 14,69 bilhões, com produtos enviados a 147 países. Além da China, destacaram-se as vendas para Turquia (5,10%), Espanha (4,20%), Vietnã (3,72%) e Tailândia (3,66%). Os Estados Unidos aparecem apenas na 15ª colocação no ranking de destinos.

Entre os principais produtos exportados pelo estado estão soja (57,56%), algodão (11,5%), tortas e resíduos da extração de óleo de soja (9,61%), carne bovina congelada (8,69%) e milho (3,48%).

O estado também aposta em novos produtos com alta demanda, principalmente na Ásia. Pulses e DDG (grãos secos de destilaria com solúveis), derivados da produção de etanol de milho, ganham espaço. Mato Grosso é o maior produtor nacional de etanol de milho e líder na produção de gergelim, representando 70% da safra brasileira. A China, maior importadora mundial do grão, surge como parceira estratégica nesse segmento, com demanda crescente por fibras e óleos vegetais.

A política comercial do estado fortalece sua posição no cenário internacional, tornando sua economia mais resistente frente a oscilações globais e mudanças tarifárias.