Câmara proíbe reuniões e frustra tentativa da oposição de apoiar Bolsonaro

Decisão de Hugo Motta suspende reuniões durante o recesso e impede votação de moções em apoio a Jair Bolsonaro.

Fonte: CenárioMT

Brasília (DF), 08/04/2025 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, durante pronunciamento após apresentação da nova versão da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, suspendeu todas as reuniões das comissões parlamentares entre os dias 22 de julho e 1º de agosto. A decisão, publicada nesta terça-feira (22), impediu que a Comissão de Segurança Pública, liderada pelo deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), realizasse uma sessão que previa a votação de uma moção de solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O plenário já estava ocupado por parlamentares do PL e apoiadores de Bolsonaro no momento em que o ato foi divulgado. Além da Comissão de Segurança Pública, a Comissão de Relações Exteriores, também presidida por membros do PL, tinha reunião agendada com o mesmo objetivo.

Com a suspensão, os deputados da oposição decidiram realizar pronunciamentos à imprensa, nos quais criticaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e saíram em defesa do ex-presidente. Bolsonaro está submetido a medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de uso das redes sociais, direta ou indiretamente.

A decisão de Moraes considera que Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), demonstraram intenção de coagir investigações em curso, obstruir a Justiça e fragilizar o Estado Democrático de Direito. Eduardo é investigado por supostamente articular com o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, retaliações contra autoridades brasileiras, numa tentativa de frear o processo sobre a tentativa de golpe de Estado.

Alexandre de Moraes alertou que qualquer descumprimento das medidas impostas poderá resultar na prisão do ex-presidente.