Mato Grosso lidera ranking nacional de queimadas
Desde maio, os focos de incêndio se multiplicaram rapidamente. Mato Grosso, que até 19 de maio somava 1.559 focos, saltou para 2.849 registros nas últimas semanas, o equivalente a 21,3% de todos os focos registrados no país no período. O estado é atualmente o epicentro das queimadas no Brasil.
Em seguida aparecem Tocantins, com 2.711 focos (20,3%), e o Maranhão, com 1.778 (13,3%). Juntos, os três estados concentram mais da metade dos incêndios registrados desde o mês de maio.

Seca, vegetação e ventos: combinação perigosa
O aumento dos focos em Mato Grosso tem explicação climática: a combinação de estiagem prolongada, vegetação altamente seca e o início do período de ventos fortes formam um ambiente extremamente propício à propagação do fogo. A maior parte dos incêndios ocorre em áreas de Cerrado e zonas de transição entre Amazônia e Caatinga.
“Essa correlação entre o agravamento da seca e o avanço das queimadas é clara. Mesmo em regiões com baixa atividade humana, o fogo se espalha com rapidez quando a vegetação está ressecada e os ventos estão intensos”, explica análise técnica do Climatempo.
Outros estados também preocupam
Embora o Centro-Oeste e o Norte liderem os números, outras regiões também sofrem. O Nordeste, por exemplo, enfrenta um cenário de seca grave em grande parte do interior, conforme aponta o Monitor de Secas. Além disso, o início da chamada safra dos ventos — de julho a novembro — agrava o risco. Os ventos, ideais para a geração de energia eólica, acabam se tornando vetores perigosos para o alastramento do fogo.
No Sudeste, o estado de São Paulo já registra 183 focos (1,4% do total), um número pequeno, mas que exige atenção devido à possibilidade de crescimento nos próximos meses.
Tendência para os próximos meses
Segundo projeções meteorológicas, o período entre julho e outubro é historicamente o mais crítico em termos de queimadas. A tendência é de alta progressiva nos focos, especialmente se houver atraso na chegada das chuvas de primavera.
Esse comportamento recorrente reforça a necessidade de ações coordenadas de monitoramento, fiscalização e prevenção. A atuação de órgãos ambientais, brigadas voluntárias e comunidades locais será decisiva para conter o avanço do fogo em áreas vulneráveis.
Prevenção e alerta
Especialistas recomendam que produtores rurais, moradores de áreas de risco e gestores públicos fiquem atentos a alertas meteorológicos, como os emitidos pela Climatempo e pelo INPE. Evitar queimadas agrícolas neste período, manter aceiros em dia e comunicar focos suspeitos são medidas fundamentais.
Resumo da situação em Mato Grosso (julho 2025)
- Focos de queimadas desde maio: 2.849
- Participação nacional: 21,3% dos registros
- Regiões mais afetadas: Cerrado, Amazônia Legal e zonas de transição
- Tendência: aumento até outubro, com pico em agosto/setembro
Conclusão
O avanço das queimadas em Mato Grosso e em outras regiões do país é um alerta claro sobre os impactos diretos das mudanças climáticas e da seca sobre o território brasileiro. A queda dos focos no início do ano foi positiva, mas o crescimento acelerado desde maio mostra que o desafio está longe de ser superado.
Com a chegada do auge do período seco, o risco de incêndios florestais cresce a cada dia. Mais do que nunca, é essencial reforçar ações educativas, investimentos em fiscalização e o apoio às comunidades em áreas críticas para evitar tragédias ambientais de grande proporção.
Fonte: BDQueimadas, Climatempo, Monitor de Secas, análise CenárioMT.
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