O volume representa mais de 21% de todos os focos de queimadas registrados no país no período, colocando Mato Grosso na liderança nacional, à frente de Tocantins e Maranhão. A combinação entre estiagem severa, vegetação seca e ventos fortes tem transformado a paisagem mato-grossense num campo fértil para o fogo.
De queda no início do ano a alerta máximo em julho
Além da vegetação extremamente seca, os ventos típicos do período entre julho e novembro atuam como catalisadores silenciosos. Focos que poderiam ser contidos com rapidez ganham velocidade e se espalham em poucas horas, colocando em risco áreas agrícolas, propriedades rurais, unidades de conservação e até perímetros urbanos.
Mato Grosso concentra mais de 1 em cada 5 focos no Brasil

Os focos são mais concentrados nas regiões norte, nordeste e sudeste do estado, atingindo municípios como Alta Floresta, Colniza, Paranatinga, Nova Ubiratã e Rondonópolis. A situação é agravada pela dificuldade de resposta em áreas remotas e pelo número reduzido de brigadas locais.

Risco climático exige atenção redobrada nos próximos meses
As operações de fiscalização, o uso de satélites e alertas meteorológicos em tempo real serão ferramentas indispensáveis para minimizar os danos. Mas também é essencial envolver comunidades rurais, produtores e agentes locais na contenção de focos e no manejo adequado da vegetação seca.
A seca como combustível invisível do fogo
No Centro-Oeste, o problema se soma à baixa umidade e à ausência de chuvas significativas, criando um cenário de combustão natural. No Nordeste, a chamada “safra dos ventos” — período de alta produção de energia eólica — também traz riscos ao favorecer a propagação de focos acidentais.
Foco total no combate e na prevenção em Mato Grosso
Mais do que conter incêndios já iniciados, o desafio está em antecipar riscos, fortalecer brigadas, educar comunidades e fiscalizar atividades irregulares. A natureza está mais seca e vulnerável do que nunca — e o tempo para agir está se esgotando.