Maria Augusta Rodrigues, reconhecida como uma das maiores carnavalescas do Brasil, morreu nesta sexta-feira (11), aos 83 anos, no Rio de Janeiro. A artista estava internada no CTI do Hospital São Lucas, em Copacabana, e faleceu por falência múltipla dos órgãos em decorrência de complicações de um câncer na bexiga.
Nascida em São João da Barra, no interior fluminense, Maria Augusta construiu uma carreira marcante em escolas de samba como Acadêmicos do Salgueiro e União da Ilha do Governador. No Salgueiro, estreou em 1969 como assistente de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, conquistando o título com o enredo Bahia de Todos os Deuses. Venceu novamente em 1971 com Festa para um Rei Negro e, em 1974, participou de O Rei de França na Ilha da Assombração, ao lado de Joãosinho Trinta.
Na União da Ilha, assinou desfiles de grande apelo popular como Domingo (1977) e O Amanhã (1978). Na década de 1980, trabalhou em escolas como Paraíso do Tuiuti e Tradição. Seu último trabalho como carnavalesca foi em 1993, na Beija-Flor de Nilópolis, com o enredo Uni-duni-tê, a Beija-Flor escolheu: é você.
O governador Cláudio Castro destacou em nota o legado da artista, formada pela Escola de Belas Artes da UFRJ, chamando-a de “uma das mais brilhantes e criativas personalidades do carnaval” que projetou as escolas de samba para o mundo. Manifestou solidariedade aos familiares, amigos e à comunidade do samba.
O Acadêmicos do Salgueiro também lamentou a morte, exaltando Maria Augusta como “uma revolução inteira” que ajudou a reinventar o Carnaval com inteligência e elegância, transformando os desfiles em verdadeiras aulas de brasilidade e potência cultural.
Neguinho da Beija-Flor manifestou pesar pela perda da amiga e artista, destacando o legado marcante que ela deixou na história do samba carioca.
