Os preços da carne de frango começaram o mês de julho em trajetória de queda em praticamente todas as regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A principal causa é o desequilíbrio entre oferta e demanda, ainda reflexo das restrições às exportações brasileiras impostas após a confirmação de um caso de influenza aviária em uma granja comercial no município de Montenegro (RS), em 15 de maio.
Segundo pesquisadores do Cepea, apesar de alguns parceiros comerciais já estarem retomando gradualmente os embarques, o ritmo ainda é insuficiente para compensar o volume de carne disponível no mercado interno. Com isso, os preços seguem pressionados.
Nesta terça-feira, 8 de julho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou nota informando que Filipinas, Singapura e África do Sul retiraram as restrições impostas à carne de frango brasileira. A retomada parcial das exportações é vista como sinal positivo pelo setor, mas os efeitos ainda são lentos no escoamento da produção.
A confirmação do foco da doença, embora isolada e rapidamente contida, gerou impacto direto sobre a imagem sanitária do Brasil no mercado internacional. Isso resultou em um cenário de oferta excedente e pressão sobre os preços pagos aos produtores e frigoríficos.
A expectativa do setor é que, com a normalização gradual dos embarques e a chegada de períodos de maior consumo, como o final do inverno e o segundo semestre, os preços possam se estabilizar. Ainda assim, o momento exige cautela dos agentes do mercado e acompanhamento atento do comportamento dos importadores.