O Brics pediu a renegociação estruturada das dívidas de países de baixa e média renda dentro do mecanismo sugerido pelo G20. A proposta consta da Declaração de Líderes assinada neste domingo (6), destacando a necessidade de enfrentar de forma holística o endividamento internacional.
O documento enfatiza que juros elevados e crédito restrito agravam vulnerabilidades, comprometendo a recuperação econômica e o desenvolvimento sustentável. Segundo o texto, cada país deve seguir suas próprias leis e manter responsabilidade fiscal, mas com apoio externo coordenado.
O grupo também defendeu a implementação do Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, acertado no ano passado, que prevê negociações com credores bilaterais, privados e bancos multilaterais como Banco Mundial e o Banco do Brics. A intenção é garantir um processo previsível e justo de reestruturação.
Além disso, a declaração menciona o início de debates sobre uma iniciativa de Garantias Multilaterais (GMB), para criar um mecanismo que reúna ativos de diferentes países como cobertura contra inadimplência. A ideia é reduzir juros em empréstimos e tornar financiamentos mais acessíveis, com planos de incubação no Novo Banco de Desenvolvimento como projeto-piloto até 2026.
Outro ponto citado foi a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC) para incluir novas moedas, ampliando a rede de segurança financeira para países de baixa e média renda.
O Brics é formado por 11 membros permanentes — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia — além de países parceiros. Juntos, eles representam 39% da economia mundial e quase metade da população global. A 17ª Cúpula do Brics ocorre no Rio de Janeiro, sob presidência brasileira.
