O Tribunal do Júri da comarca de Porto Alegre do Norte, Mato Grosso, condenou nesta terça-feira (1º) um produtor rural pelo homicídio de um homem ocorrido em setembro de 2017.
O Conselho de Sentença acolheu a tese apresentada pelo Ministério Público de Mato Grosso, e o réu, que confessou o crime, foi sentenciado a seis anos de reclusão, em regime inicial semiaberto.
O crime aconteceu em uma propriedade do condenado, localizada em Canabrava do Norte (a 982 km de Cuiabá). A vítima foi morta com um disparo de revólver calibre .38 no tórax.
A motivação do homicídio foi uma discussão acalorada sobre um incêndio que se alastrou de uma fazenda vizinha para a propriedade do réu.
Detalhes do conflito e morte no local
Conforme a denúncia, no dia dos fatos, a vítima saiu de casa com três funcionários para trabalhar em uma cerca quando notou o incêndio vindo da propriedade vizinha. Enquanto tentavam conter as chamas, a vítima questionou um dos trabalhadores sobre a origem do fogo. O funcionário respondeu que estavam ali justamente para tentar controlar o incêndio.
Em seguida, a vítima e o produtor rural iniciaram uma discussão sobre quem teria começado a queimada. A vítima chegou a ultrapassar a cerca e entrar na propriedade do réu. Em meio ao conflito, o produtor rural foi até seu veículo, pegou um revólver para intimidar a vítima, que então começou a filmar o fazendeiro com o celular.
Diante da insistência da vítima no confronto, o produtor rural efetuou um disparo contra o tórax da vítima, que morreu no local. Após o crime, o fazendeiro fugiu.
O promotor de Justiça que atuou no caso, destacou a tristeza da história e a importância da decisão. “Trata-se de uma história muito triste. Conseguimos a condenação do réu conforme os termos da sentença de pronúncia. A pena foi reduzida para seis anos em razão da confissão, mas o mais relevante nesse caso não foi a quantidade da pena, e sim a forma como os jurados compreenderam os fatos. O reconhecimento da culpa representa um passo importante para a justiça e traz algum alento à família da vítima”, argumentou o promotor.