A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério Público estadual, deflagrou nesta quarta-feira (2) uma operação para prender integrantes de uma quadrilha acusada de furtar petróleo bruto de dutos da Petrobras Transporte (Transpetro). Mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos em Além Paraíba, Minas Gerais, resultando na detenção de dois suspeitos.
Segundo as investigações, o grupo atuava de forma organizada há anos, mesmo após outras operações policiais anteriores. O trabalho foi motivado pela descoberta de uma tentativa de retirada clandestina de petróleo em Rio das Flores, interior do Rio de Janeiro, em agosto do ano passado. Técnicos identificaram um túnel com cerca de 7 metros escavado para acessar ilegalmente a tubulação e instalar uma válvula, prática conhecida como trepanação, permitindo o desvio direto do combustível. A ação foi impedida por uma operação conjunta entre a segurança da Transpetro e a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), evitando um potencial desastre ambiental próximo ao Rio Paraíba do Sul.
O inquérito aponta que a organização usava veículos e contas bancárias alugadas em nome de terceiros e sistemas de comunicação criptografados para ocultar os responsáveis. A polícia indicou que os líderes tinham atuação constante no planejamento e financiamento dos crimes, mesmo após já terem sido alvo de cinco operações anteriores, evidenciando reincidência.
Em nota, a Transpetro destacou que combate o furto de petróleo com tecnologias para identificar derivações clandestinas rapidamente, investe em conscientização comunitária e mantém convênios com forças de segurança. Segundo a empresa, essas ações reduziram em 90% o número de ocorrências desde 2020, passando de 201 casos para 25 no ano passado.