Brics propõem rede científica para soluções climáticas e energéticas

Acadêmicos dos países do Brics defenderam mais cooperação em ciência e tecnologia, com foco no clima e na transição energética.

Fonte: CenárioMT

Brics propõem rede científica para soluções climáticas e energéticas
Foto: MARIO MARQUES/DIVULGAÇÃO ABC

Representantes das academias de ciências dos países que integram o Brics defenderam a criação de uma rede de soluções climáticas e investimentos conjuntos em inteligência artificial. A proposta foi apresentada em declaração divulgada após o Fórum de Academias de Ciências do Brics, realizado no Rio de Janeiro.

O documento destaca o “potencial extraordinário” do bloco para estabelecer uma nova ordem mundial multipolar, impulsionada pela recente ampliação do grupo. Além dos membros fundadores – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – o Brics agora inclui Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Também participam como parceiros Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.

“No mundo fragmentado de hoje – caracterizado por barreiras comerciais, instabilidade geopolítica e degradação ambiental – fortalecer a solidariedade entre as nações é essencial para o progresso em saúde, desenvolvimento humano, prosperidade econômica, justiça social, bem-estar cultural, paz e resiliência planetária”, afirma a declaração conjunta.

Os cientistas também sugeriram a criação de uma estrutura permanente de cooperação científica, visando parcerias duradouras entre universidades, centros de pesquisa e redes de inovação dentro do bloco.

O texto alerta para uma “lacuna significativa” na colaboração científica e tecnológica entre os países do Brics, o que pode levar à perda de uma oportunidade histórica. “Os níveis atuais de publicações conjuntas e inovações ainda não refletem o potencial do grupo”, aponta o documento.

Realizado anualmente, o fórum aconteceu em 2025 no Rio de Janeiro, cidade que também vai sediar a Reunião de Cúpula do Brics nos dias 6 e 7 de julho. O evento contou com apoio do BNDES, do governo federal e da Capes, reunindo especialistas para debater o fortalecimento da ciência no Sul Global.

A presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, reforçou a importância da integração entre governos, instituições multilaterais e sociedade. “O que queremos é que o conhecimento, a inovação e a cooperação se tornem pilares de um Sul global revitalizado”, afirmou.