A servidora pública Lucilene Pinheiro Kuleza, diagnosticada com chikungunya há dois meses, relata sofrimento com dores diárias, inchaço e dificuldades para usar calçados. Seu depoimento ilustra o impacto da doença, que já afetou 1.288 pessoas em Sorriso desde janeiro. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24) pela Secretaria de Saúde, através do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs).
Apenas para chikungunya, foram 59 confirmações em janeiro, 88 em fevereiro, 230 em março, 658 em abril, 247 em maio e 6 em junho. Em apenas 14 dias, foram registrados 215 novos casos, já que em 14 de junho haviam sido contabilizadas 1.073 situações.
Em relação à dengue, foram 65 casos confirmados em janeiro, 11 em fevereiro, 13 em março, 19 em abril e 13 em maio, totalizando 121 casos até o momento. Para zika, 21 situações foram investigadas e descartadas. Os números constam no Sistema Sinan On-line.
Os bairros com maior número de casos de chikungunya são o São José I (87 casos), Nova Aliança I (84 registros) e Novos Campos (65 casos). O antigo distrito de Boa Esperança, agora município vizinho, contabiliza 166 registros. Já em relação à dengue, são oito casos no Centro e sete no Rota do Sol.
Fase crônica e prevenção
O médico e secretário de Saúde, Vanio Jordani, alerta para a fase crônica da chikungunya, em que os pacientes continuam sentindo muita dor por meses. Ele enfatiza que a melhor forma de evitar a doença é eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
A coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental, Claudete Damasceno, informa que as equipes estão diariamente nas ruas, realizando trabalho de instrução e alerta. Ela pede a colaboração da população para receber os agentes de combate a endemias (ACEs) e eliminar os criadouros do mosquito.
A Vigilância Sanitária identifica como principais problemas a água servida (esgoto doméstico ou empresarial) e a sujeira nas bocas de lobo. Denúncias podem ser feitas pelo aplicativo da Vigilância Sanitária, através da Unidade Sentinela no número (66) 99600-1462.
A orientação é que, ao suspeitar de alguma arbovirose, a população procure uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Também é recomendado que cada pessoa dedique dez minutos por semana para verificar e limpar o espaço onde vive ou trabalha, evitando o acúmulo de lixo.
A Prefeitura de Sorriso oferece o serviço de coleta de resíduos sólidos, que recolhe móveis, eletrodomésticos velhos e restos de limpeza de jardins.