Óleo de pequi mostra potencial na cicatrização da pele, apontam pesquisadores

Estudo realizado pela UFMT revela que o óleo de pequi possui propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias e antioxidantes.

Fonte: CenárioMT

Óleo de pequi mostra potencial na cicatrização da pele, apontam pesquisadores
Foto: Arquivo/Pesquisador

Pesquisadores do Laboratório de Histofisiologia e Reprodução Animal do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde de Mato Grosso (UFMT), campus Araguaia, estão investigando os efeitos do óleo de pequi (Caryocar brasiliense) na cicatrização e regeneração dos tecidos da pele.

O projeto é coordenado pelos professores doutores Sérgio Marcelino de Oliveira e Kallyne Kioko Oliveira Mimura, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

Os frutos utilizados no estudo foram coletados na Fazenda Recanto dos Guerreiros, localizada em Pontal do Araguaia, e doados pelos proprietários.

Segundo os pesquisadores, apesar do uso tradicional na medicina popular, o estudo comprovou os efeitos cicatrizantes, anti-inflamatórios, antioxidantes e antimicrobianos do óleo de pequi. Além de validar tratamentos fitoterápicos, os resultados abrem caminho para o desenvolvimento de produtos terapêuticos naturais, acessíveis e de baixo custo, valorizando a cadeia produtiva do Cerrado.

O professor Sérgio Marcelino explica que “a pele é um dos maiores órgãos do corpo humano, composta por epiderme, derme e hipoderme. Lesões que afetam essas camadas podem comprometer funções fisiológicas e exigem respostas rápidas. A pesquisa buscou verificar se o óleo de pequi contribui para modular o processo inflamatório e regenerar o tecido danificado”.

Na pesquisa, o óleo foi separado em frações hidrofílicas, lipofílicas e também aplicado em sua forma bruta. Foram formados quatro grupos experimentais, cada um com cinco animais: controle, tratado com fração hidrofílica, com fração lipofílica e com óleo integral. As análises foram realizadas em três momentos — no 3º, 7º e 14º dia após a indução da lesão.

Os pesquisadores avaliaram a regressão da lesão de forma macroscópica, além da observação histológica da morfologia dos tecidos. Também analisaram a presença de fibras colágenas, mastócitos, miofibroblastos e macrófagos, além da expressão de proteínas associadas ao reparo, como VEGF, KGF e TGF-beta.

O projeto também fomenta a formação acadêmica, com a participação de Maria Eduarda Urzeda da Silva, mestranda em Imunologia e Parasitologia, e Daniele Lisboa Matsnaka, graduanda em Farmácia.