Alerta em Mato Grosso: 88% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave em maio foram de não vacinados contra a gripe

A SRAG é um quadro clínico grave caracterizado por febre, tosse e dificuldade respiratória, que pode evoluir para insuficiência respiratória e óbito.

Fonte: CENÁRIOMT

Alerta em Mato Grosso
Alerta em Mato Grosso: 88% das mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave em maio foram de não vacinados contra a gripe | Foto: © Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um dado preocupante foi revelado em Mato Grosso: das 36 mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registradas no mês de maio, 88% ocorreram em indivíduos que não haviam sido vacinados contra a influenza (gripe). A informação é de um alerta epidemiológico emitido pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Secretaria de Estado de Saúde (SES), com dados inseridos no sistema até 3 de junho.

A análise do perfil das vítimas indica que oito em cada dez óbitos em maio foram de idosos com mais de 61 anos. Deste grupo, sete tinham entre 76 e 80 anos, e outros sete possuíam mais de 80 anos. Este padrão é consistente com o perfil nacional de maior gravidade e letalidade da Influenza A em pessoas idosas.

A SRAG é um quadro clínico grave caracterizado por febre, tosse e dificuldade respiratória, que pode evoluir para insuficiência respiratória e óbito.

Baixa cobertura vacinal e recomendações para imunização

A cobertura vacinal do público-alvo prioritário (crianças, idosos e gestantes) em Mato Grosso atinge apenas 28%. A vacinação, que é gratuita e disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) desde o início de abril, também se estende a grupos estratégicos como puérperas, povos indígenas, trabalhadores da saúde e pessoas com deficiência permanente. No total, foram aplicadas apenas 403.596 doses em todo o estado.

O secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso, Gilberto Figueiredo, ressaltou a importância da imunização. “A vacina contra a gripe é gratuita e eficaz, especialmente para os grupos de risco, e está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para o público prioritário e estratégico desde o início de abril. É importante que os idosos procurem o posto de saúde mais próximo o quanto antes”, explicou.

Alessandra Moraes, superintendente de Vigilância em Saúde da SES, apontou que a ausência de vacinação em uma parcela tão expressiva dos óbitos por SRAG indica uma oportunidade perdida de proteção. “É imprescindível priorizar a imunização do grupo prioritário, devido à gravidade da doença para este público”, destacou.

Em resposta a esse cenário, o Cievs recomenda que os municípios intensifiquem as ações de vacinação de forma emergencial, sugerindo busca ativa nos territórios, extensão do horário de funcionamento dos postos de saúde, instalação de pontos de vacinação volantes em locais de grande circulação (terminais, praças e supermercados) e ações extramuros em empresas, escolas e comunidades.