Um episódio de violência e intimidação envolvendo disparos em área residencial assustou moradores do bairro Jardim Ubirajara, em Cuiabá (MT), na noite de terça-feira (3). Um agente da Polícia Civil, fora de serviço, teria interrompido uma comemoração entre jovens, efetuando pelo menos cinco disparos de arma de fogo para o alto, além de ameaçar e agredir os presentes.
O grupo de amigos, que celebrava o aniversário de um dos integrantes, estava reunido em uma área externa ao Condomínio Parque das Nações — espaço compartilhado por moradores da região. Segundo os relatos, o homem chegou em um carro branco, desceu do veículo proferindo xingamentos e exigindo que todos se retirassem do local. Em seguida, efetuou os primeiros disparos para o alto, causando pânico entre os jovens.
“Ele gritava e nos chamava de vagabundos. Depois de atirar, apontava a arma diretamente para nós, com um laser passando entre as pessoas”, contou uma das vítimas. O jovem ainda relatou que, ao tentar recolher objetos pessoais, permaneceu no local por instantes, momento em que o suspeito continuou a apontar a arma, ordenando que ele “continuasse andando”.
Uma das jovens que estava no grupo descreveu a situação como desesperadora. “Eu estava de salto, precisei tirar o sapato para subir correndo o morro. Ele dizia que, se nos visse novamente, atiraria na nossa cabeça”, relatou.
Durante a confusão, o homem ainda teria jogado o carro contra os jovens e agredido um deles com um soco no rosto. As vítimas conseguiram se dispersar e buscar abrigo em diferentes pontos da vizinhança.
Segundo o boletim de ocorrência, o veículo utilizado pelo suspeito é oficial da Polícia Civil. A Polícia Militar localizou o carro estacionado em frente à residência do agente, mas ele se recusou a sair. Foi necessário o apoio de outros policiais civis para que ele fosse conduzido à Central de Flagrantes.
As vítimas afirmam não conhecer o suspeito pessoalmente, mas desconfiam que ele seja o mesmo homem que já havia os insultado em outras ocasiões. A conduta do agente está sob investigação, e o caso levanta questionamentos sobre o uso indevido da força por membros das forças de segurança.