Acesso à educação profissional e à superior é reforçado

MEC lança programas de incentivo a estudantes da rede pública que querem entrar na educação profissional técnica de nível médio ou no ensino superior. Lançamento será nesta segunda (10) em Natal (RN)

Fonte: AgênciaGov

Acesso à educação profissional e à superior é reforçado -
Acesso à educação profissional e à superior é reforçado -

Estudantes pertencentes a grupos historicamente excluídos e aqueles em situação de vulnerabilidade social ganham novas possibilidades de ingresso na educação profissional e na educação superior. O Ministério da Educação (MEC) apresenta, nesta segunda-feira, 10 de março, o Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para Acesso de Estudantes da Rede Pública de Ensino à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Partiu IF), que pretende preparar 78 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental para o ingresso na Rede Federal até 2027; e a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), que busca apoiar 324 cursinhos populares, preparando jovens para o ingresso no ensino superior até 2027.

O lançamento das iniciativas ocorre a partir das 11h (horário de Brasília), em Natal (RN), pelo ministro da Educação, Camilo Santana. Ele estará acompanhado por representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC. Já no período da tarde, a partir das 15h, o ministro seguirá ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), acompanhado por representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec). Além da solenidade de recondução ao cargo do atual reitor, o professor José Arnóbio de Araújo Filho, a agenda contempla ainda o anúncio da construção do novo restaurante estudantil do Campus Natal-Central do IFRN.

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O objetivo do Partiu IF é que estudantes da rede pública, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, acessem o ensino de excelência oferecido pela Rede Federal. Assim, o programa vai oferecer aulas e atividades de reforço educacional a estudantes selecionados que desejam ingressar nos cursos técnicos integrados ao ensino médio oferecidos pelos institutos federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) e Colégio Pedro II, instituições que integram a Rede Federal.

Planejado para ser oferecido em dois ciclos, o primeiro segue até o fim de 2025 com um investimento de R$ 115 milhões e a preparação de 26 mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental. Ao final do segundo ciclo, que vai até 2027, o Partiu IF deverá beneficiar o total de 78 mil estudantes, com um investimento de R$ 463 milhões. O programa será integralmente financiado pelo MEC, por meio da Secadi.

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Além do reforço escolar, será oferecido apoio psicopedagógico aos estudantes da rede pública, com um objetivo final de reduzir desigualdades educacionais. Isso porque o programa será voltado para jovens de grupos prioritários (negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência). Os estudantes ainda precisam ter renda familiar per capita de até um salário mínimo.

De acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), há desigualdades raciais e sociais na proficiência em matemática e língua portuguesa, além de desafios na aprendizagem de ciências da natureza – um cenário que dificulta o ingresso no ensino técnico. Assim, para enfrentar esses desafios e ampliar a representatividade de estudantes negros, indígenas e quilombolas nos institutos federais, o Partiu IF se apresenta como uma oferta justa de suporte acadêmico e social.

Para isso, o programa conta com a adesão de instituições da Rede Federal, que passarão a oferecer cursos para os estudantes selecionados. O Partiu IF terá duas frentes de formação: no ciclo básico, estarão língua portuguesa, matemática e ciências da natureza. Já na formação suplementar, oficinas de redação, acompanhamento psicopedagógico e orientação acadêmica. A carga horária total será de 320 horas, e cada campus da Rede Federal que aderiu ao projeto terá uma turma inicial de 40 estudantes. A ajuda de custo para permanência será de R$ 200 por mês, durante 8 meses.

Com a formação, o MEC pretende, por meio da Secadi, ampliar as oportunidades educacionais de acesso e permanência na educação profissional técnica de nível médio.

Cursinhos populares – Já a CPOP visa garantir suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes da rede pública que buscam ingressar no ensino superior, especialmente por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o ciclo 2025-2026, a rede apoiará 108 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando 4.320 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 74,5 milhões, com 324 cursinhos populares apoiados. Poderão participar do programa jovens e adultos oriundos da rede pública, com uma renda per capita de até um salário mínimo. Os beneficiados, preferencialmente estudantes egressos da escola pública e de baixa renda, negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, receberão um auxílio financeiro de R$ 200 mensais para apoio à permanência nos estudos. Eles ainda terão acesso a recursos didáticos com metodologias preparatórias para o Enem e outros vestibulares. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretos e pardos com diploma universitário equivalem a menos de 50% de pessoas brancas com a mesma formação.

Os cursinhos populares serão selecionados por meio de edital. A eles, será oferecido um apoio financeiro de até R$ 230 mil por turma de até 40 alunos (valor que inclui auxílio aos estudantes); materiais didáticos gratuitos para a preparação dos estudantes; e formação e capacitação de professores e gestores. Haverá ainda um comitê gestor de monitoramento e avaliação da CPOP, com participação de representantes dos cursinhos, e um Encontro Nacional da Rede de Cursinhos.

Prêmio – Um valor extra de R$ 200 mil será concedido aos cinco cursinhos que apresentarem os melhores desempenhos nos seguintes itens: efetividade no controle da evasão de alunos; número de estudantes aprovados em instituições de ensino superior; e número de alunos aprovados em cursos de licenciatura com notas no Enem acima de 650 pontos. Nesse sentido, a CPOP também contribui para a retomada do interesse do jovem brasileiro pelo Enem: em 2022, o exame recebeu 3.476.105 inscrições; em 2023, houve um aumento de 13% nas inscrições, passando para 3.444.171; e, em 2024, 4.325.960 fizeram o exame.

Atuação em rede – A CPOP articula-se à outras ações do Governo Federal, fortalecendo trajetórias educacionais da população desfavorecida e estimulando a participação em outros programas do MEC, como a Lei de Cotas, o Prouni, o Sisu e o Fies.

A CPOP tem como objetivo cumprir o estabelecido na Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 2002, que criou o Programa Diversidade na Universidade. Assim, será uma das estratégias voltadas a melhorar a performance dos estudantes socialmente desfavorecidos, especialmente dos afrodescendentes negros e dos indígenas brasileiros, para acesso ao ensino superior.

Educação profissional e tecnológica

No período da tarde, a partir das 13h30, o ministro da Educação, Camilo Santana, faz uma visita ao Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e ao Instituto Metrópole Digital (IMD). Em seguida, às 15h, participa da solenidade de recondução do professor José Arnóbio de Araújo Filho ao cargo de reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). O evento será na Reitoria do instituto. Na ocasião, ainda será assinada uma ordem de serviço para a construção do novo restaurante estudantil da unidade. A obra terá um investimento de mais de R$ 1 milhão, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). A área do salão aumentará em 320m², passando de 305m² para 625m². A quantidade de cadeiras do salão também aumentará em 294 assentos, passando da atual capacidade de 200 para 494 pessoas.

Consolidação – O investimento integra ações de consolidação da rede federal, previstos pelo Novo PAC. Para o IFRN, são R$13,6 milhões de investimentos na ação de consolidação: em 2023 e 2024 foram repassados R$9,7 milhões; este ano, já foi repassado R$640 mil; e até 2026, estão previstos ainda R$3,2 milhões. O IFRN conta com mais de 43 mil estudantes matriculados em 22 campi, sendo 7,7 mil somente no Campus Natal-Central.

Com um recurso total de R$ 1,4 bilhão, a consolidação visa os campi que ainda não têm infraestrutura completa. As prioridades de investimento são a construção de restaurantes estudantis, bibliotecas, blocos de salas de aula, laboratórios, quadras poliesportivas e unidades em instalações definitivas.

Expansão – O IFRN também está recebendo novas unidades do plano de expansão dos 100 novos institutos federais, anunciados em março de 2024. Estão sendo investidos R$ 75 milhões para a construção de três novos campi, nos municípios de Touros, Umarizal e São Miguel.

Serviço

Lançamento do Partiu IF e da CPOP
Data: 10 de março, segunda-feira
Horário: 10h
Local: Natal (RN)
Endereço: Centro de Convenções de Natal
Transmissão: Canal do MEC no YouTube

Visita ao Campus Central da UFRN e ao Instituto Metrópole Digital (IMD)
Data: Segunda-feira, 10 de março
Horário: 13h30
Local: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Endereço: Av. Senador Salgado Filho, 3000, Lagoa Nova. Natal (RN)

Solenidade de recondução ao cargo de reitor do IFRN
Data: 10 de março, segunda-feira
Horário: 15h
Local: Reitoria do IFRN, Natal (RN)
Endereço: Rua Dr. Nilo Bezerra Ramalho, 1692, Tirol
Transmissão: Canal do MEC no YouTube

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.