Economia solidária: Experiências de sucesso e desafios para o futuro

Fonte: CENÁRIOMT

Experiências de sucesso e desafios para o futuro
Experiências de sucesso e desafios para o futuro

Você sabe o que é economia solidária? O III Seminário Internacional MROSC, realizado no dia 2 de agosto, celebrou uma década da Lei do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil e apresentou experiências inspiradoras de empreendimentos de economia popular e solidária. O evento destacou a importância das parcerias entre o poder público e a sociedade civil para construir um futuro mais justo e sustentável.

A chefe da Assessoria Especial de Economia Solidária, Tatiana de Souza Santos, enfatizou a necessidade de políticas públicas que cheguem diretamente às comunidades. Ela citou o projeto Hélder Câmara como um exemplo de sucesso, onde as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) foram fundamentais para levar as políticas públicas até os agricultores familiares.

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Uma das experiências mais inspiradoras apresentadas no evento foi a do Banco Palmas, a primeira instituição financeira comunitária do Brasil. Fundado em 1998, em Fortaleza, o banco tem como objetivo fortalecer a economia local e gerar renda para a comunidade. Joaquim Melo, fundador do Banco Palmas, explicou que a ideia surgiu da necessidade de criar um sistema financeiro alternativo que atendesse às necessidades das pessoas mais vulneráveis.

O Banco Palmas utiliza uma moeda social que circula apenas na comunidade, fortalecendo o comércio local e gerando renda para os empreendedores.

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O secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho, destacou a importância do apoio do governo para o desenvolvimento da economia solidária. Ele citou como exemplo o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que incentivam a compra de alimentos de agricultores familiares, fortalecendo a agricultura familiar e a economia local.

O seminário demonstrou que a economia solidária é uma alternativa viável para o desenvolvimento local e a construção de um futuro mais justo e sustentável. Ao fortalecer as comunidades e gerar renda para os mais vulneráveis, a economia solidária contribui para a redução das desigualdades e a promoção do bem-estar social.

Economia solidária

Na prática, economia solidária remete ao conjunto de atividades econômicas – de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito – organizadas sob a forma de autogestão, de modo que a administração da empresa seja feita pelos seus membros de forma democrática.

Adotar um modelo de economia solidária, portanto, implica em valorizar ações de colaboração, solidariedade e coletividade, permitindo que as relações entre pessoas e empresas possam ser mais justas do ponto de vista social e sustentáveis pelo lado econômico e ambiental.

Na economia solidária, a figura do patrão é substituída por grupos. E o objetivo final não é trabalhar exaustivamente e ganhar muito dinheiro, mas adotar um modelo em que todos os envolvidos colaborem para dividir igualmente os lucros gerados. 

Outra característica da economia solidária é a preocupação com a sustentabilidade e preservação do meio ambiente para não prejudicar o planeta.

São exemplos de empreendimentos de economia solidária as cooperativas de reciclagem, grupos de agricultura familiar, empresas cooperativas de crédito, coletivos ecológicos e pequenos e médios produtores de alimentos orgânicos. 

Princípios da economia solidária 

A economia solidária privilegia o uso racional e a conservação do meio ambiente, assim como ações de recuperação e educação ambiental.

Para você entender melhor sobre essa forma de produção e consumo socialmente mais justos, listamos alguns princípios da economia solidária: 

  • Autogestão: as decisões administrativas são tomadas por todos os trabalhadores e trabalhadoras de forma igualitária, sem a figura de um patrão. 
  • Cooperação: ao contrário da competição, a cooperação pressupõe a adoção de ações conjuntas para atingir um objetivo em comum. 
  • Solidariedade: união de interesses e propósitos entre os membros de um grupo. 
  • Centralidade no ser humano: na economia solidária, todo o processo de produção, troca, distribuição e consumo foca, acima de tudo, no ser humano e seu bem-estar.
  • Valorização da diversidade: envolve diversidade cultural, biológica, étnica, linguística e religiosa, entre outros exemplos.
  • Valorização do saber local e da aprendizagem: implica na valorização do saber construído ao longo do tempo, de geração para geração, valorizando vivências e territórios.
  • Justiça social na produção: por meio do equilíbrio entre partes desiguais, protege os mais vulneráveis.
  • Cuidado com o meio ambiente: a economia solidária privilegia o uso racional e a conservação do meio ambiente, assim como ações de recuperação e educação ambiental.

Economia solidária e cooperativismo

Tanto a economia solidária como o cooperativismo costumam aparecer como soluções de geração de trabalho e renda para combater o desemprego, principalmente entre as populações mais vulneráveis. Isso porque esses modelos buscam a promoção dos direitos iguais no acesso aos recursos econômicos, com base em estratégias de desenvolvimento. 

É o caso de muitos catadores e catadoras de materiais recicláveis que criaram cooperativas para regularizar as atividades econômicas desenvolvidas por intermédio do trabalho coletivo, de forma solidária e sob regime de economia familiar. Além disso, por meio de cooperativas e associações da agricultura familiar, centenas de escolas públicas do Brasil têm a chance de oferecer aos estudantes alimentos mais saudáveis.

O cooperativismo, quando promovido a partir dos princípios da economia solidária, é considerado uma das principais estratégias para a conquista do desenvolvimento sustentável.

Não importa o tamanho da empresa, seja ela pequena, média ou grande. Com base nos princípios da economia solidária, sempre é possível valorizar a vida humana, a justiça social, a sustentabilidade e a solidariedade.

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Jornalista apaixonada por astrologia, bem-estar animal e gastronomia. Atualmente, atuo como redatora no portal CenárioMT, onde me dedico a informar sobre os principais acontecimentos de Mato Grosso. Tenho experiência em rádio e sou entusiasta por tudo que envolve comunicação e cultura.