Mato Grosso tem a maior taxa de acidentes por serpentes do Centro-Oeste

Só em Mato Grosso, as serpentes foram responsáveis por 954 acidentes e quatro óbitos em 2022

Fonte: JOANICE DE DEUS - DIÁRIO DE CUIABÁ

Dia da Serpente de Fogo - Imagem do Canva
Dia da Serpente de Fogo - Imagem do Canva

Os acidentes por serpentes, popularmente chamadas de cobras, são considerados um sério problema de Saúde Pública.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu os ataques ofídicos na lista de doenças tropicais negligenciadas, que acometem, na maioria dos casos, populações pobres que vivem em áreas rurais.

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Só em Mato Grosso, as serpentes foram responsáveis por 954 acidentes e quatro óbitos em 2022.

Levantamento divulgado na semana passada pelo Ministério da Saúde (MS), com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), revela que o Estado tem a maior taxa de incidência de acidentes ofídicos, dentre as unidades da Federação do Centro-Oeste, com taxa de 29,10 ocorrências por 100 mil habitantes.

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Em segundo aparece Goiás, com 19,20 casos por 100 mil pessoas, de Mato Grosso do Sul, com 14,6/100 mil e do Distrito Federal, com 14,16/100 mil.

O coeficiente estadual é superior ao nacional que é de 14,55 acidentes por 100 mil.

Em relação a letalidade, o coeficiente estadual é o segundo maior: 0,42/100 mil.

Em primeiro, aparece Goiás (0,42/100 mil), seguido de Mato Grosso do Sul (0,26/100 mil).

Em todo país, foram 29.543 ataques ofídicos e os estados que mais notificaram casos foram o Pará 5.695, Bahia 3.002 e Minas Gerais 2.880.

No geral, dentre as serpentes de importância em saúde, as que mais causaram acidentes e óbitos foram as jararacas.

Já as com maiores taxas de letalidade foram as surucucus-pico-de-jaca (0,69%) e as cascavéis (0,60%).

Também os homens (76,43%) que se autodeclaram pardos (62,32%), entre 40 e 49 anos (16,27%) e moradores da zona rural (76,72%), caracterizam o perfil mais representativo de vítimas de ofidismo.

E, as partes do corpo mais acometidas por mordeduras de serpentes em 2022 foram os pés.

Conforme o Ministério da Saúde, as consequências das intoxicações por mordidas desses animais vão além das questões médicas, afetando também as questões sociais e econômicas devido à incapacidade de os pacientes continuarem trabalhando.

“Envenenamentos causados por estes animais por vezes trazem consequências importantes além do óbito, como sequelas, temporárias ou permanentes, que impactam a subsistência de trabalhadores, sobretudo os da agropecuária, comunidades ribeirinhas e povos originários”, destaca.

Também as principais populações vulneráveis necessitam de educação preventiva, tratamento e serviços de gerenciamento de longo prazo. Mediante essa situação global e com o intuito de alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Brasil, junto com diversos países das Américas, assumiu o compromisso com a OMS de reduzir em 50% a mortalidade até 2030.

Vale reforçar que os acidentes ofídicos ocorrem durante todo ano, mas é necessário destacar o comportamento sazonal, sendo que de modo geral, os ataques tendem a ocorrer predominantemente no começo do ano, período de maior pluviosidade.

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