Professor descobre ter o mesmo câncer raro de Bob Marley após sofrer acidente parecido com o do cantor de reggae

Fonte: G1

Professor descobre ter o mesmo cancer raro de Bob Marley apos sofrer acidente parecido com o do cantor de reggae
Foto: Arte/g1

Em 2018, o professor Luciano Coelho assistia a um documentário sobre a história do cantor Bob Marley e soube que o artista descobriu um câncer de pele após se machucar em uma partida de futebol. Três dias depois, uma história semelhante aconteceu com o morador de Palmas.

Ele estava em campo, quando machucou o dedão do pé esquerdo, a unha caiu e não sarou mais. Ao fazer exames médicos, descobriu o melanoma lentiginoso acral, mesmo tipo de tumor que acometeu o cantor do reggae e provocou a morte dele em 1981.

As histórias parecidas impressionaram o professor, que hoje luta contra esse tipo de melanoma, considerado o mais agressivo. Apesar de todos os tratamentos já realizados, Luciano mantém a esperança e crê na cura.

“Não é porque estou num quadro como esse, que devo desistir da vida”, enfatizou.

Aos 52 anos, casado e com dois filhos, Luciano lançou uma campanha nas redes sociais para conseguir recursos e viajar para os Estados Unidos, onde buscará outros tratamentos considerados mais eficazes. Jogadores do Conthians têm ajudado o professor – torcedor do time – a mobilizar o maior número de pessoas.

Luciano e Bob Marley

O professor Luciano conta que descobriu o câncer de pele, de um jeito semelhante a Bob Marley. O artista jogava uma partida de futebol em Londres, na Inglaterra, quando machucou o dedão do pé direito e chegou a perder a unha, no ano de 1977.

O tempo passou e a unha não cicatrizou. O cantor descobriu três anos depois que estava com câncer, um melanoma maligno. Uma das alternativas era amputar o dedo, mas o artista era seguidor do movimento judaico-cristão conhecido como Rastafári. Por esse motivo, se recusou a fazer a cirurgia. O câncer se espalhou por vários órgãos do corpo e ele morreu aos 36 anos, em 11 der maio de 1981.

A história de Luciano é semelhante. Ele também sofreu um acidente, durante um jogo de futebol. Detalhe, três dias antes havia assistido um documentário que contava a história do astro do reggae.

“O Bob Marley descobriu o câncer no dedão do pé direito, após um jogo de futebol. Eu também descobri a doença jogando bola e o tumor surgiu no dedão do pé esquerdo. Ele não quis amputar o dedo e morreu cinco anos depois. Eu amputei o meu dedo e estou há cinco anos lutando contra a doença”, explicou.

A doença se espalhou

A primeira cirurgia para realizar a amputação do dedão do pé foi feita em 2018, em um hospital de Palmas. Após o procedimento, exames apontaram que Luciano estava livre da doença.

“Fiz alguns exames para ver se não tinha possibilidade de dar metástase e deu negativo. Mas, em 2020, apareceu uma mancha no pulmão e constatamos que a doença havia migrado pela corrente sanguínea e provocado uma metástase. Mas eu sou um paciente diferente, porque geralmente, a metástase se espalha por várias partes do corpo. No meu caso, ela se instalou no pulmão e não saiu”.

Desde então, o professor segue fazendo inúmeros tratamentos disponíveis no Brasil. Atualmente, ele tem feito sessões de radioterapia para diminuir o tumor nos brônquios.

O atleta que não desiste

Luciano é atleta, gosta de correr maratonas, praticar natação e pedal. Enquanto a doença avança, ele corre contra o tempo para superar os obstáculos. Apesar do câncer, ele não parou. Pelo contrário, seguiu fazendo atividades físicas para expandir a capacidade pulmonar.

Na visão dele, a doença lhe trouxe lições e oportunidade para mudar atitudes.

“O paciente oncológico é um ser especial, quando recebe o diagnóstico, é como se recebesse um aviso prévio para mudar atitudes da vida. A doença me transformou para melhor. Eu tenho aprendido com o câncer e sou grato a ele por ter me proporcionado isso. Tenho dito que ele saia da minha vida como ele entrou, sem minha autorização, mas jamais vou questionar Deus”.

Luciano também não parou de trabalhar. Ele é formado em pedagogia, habilitado em orientador educacional. Trabalha desde 2004 nas escolas pblicas municipais e já atuou como diretor. Para ele, o trabalho é sinônimo de cura e dá a ele vigor e alegria.

“O trabalho nunca foi problema para o meu tratamento, a escola, as crianças, os professores, sempre foram motivo de cura porque tenho o carinho das crianças e enquanto trabalho a cabeça está envolvida. Tanto é que quando deixei a direção da escola Daniel Batista, recentemente, e saí de férias, a doença dobrou de tamanho”.

Enquanto a cura não chega, Luciano não se abate. Pelo contrário, ele tem se tornado inspiração. Toda semana, faz questão de publicar uma mensagem nas redes sociais para deixar palavras de fé e esperança para as pessoas.

“O segredo é aceitar tudo o que o universo nos colocar, seja adverso ou não. Quando você aceita, as portas vão se abrindo, para que você consiga encontrar soluções”, finalizou.