Existe autoplágio em artigos científicos? Especialista explica a chamada “reciclagem de textos”

Existe muito debate no meio acadêmico sobre direitos autorais, mas muitos não entendem muito bem alguns detalhes mais específicos sobre o tema, explica a professora, Doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia e editora chefe da Atena Editora, Antonella Carvalho de Oliveira

Fonte: MF Press

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Os direitos autorais sempre foram muito debatidos, mas com a chegada da internet e do maior acesso a um vasto material ele se tornou central, o que gera desconfiança e conflitos de interesse no meio acadêmico, como explica a professora, Doutora em Ensino de Ciência e Tecnologia e editora chefe da Atena Editora, Antonella Carvalho de Oliveira.

“A questão de direitos autorais é muito comentada no meio acadêmico e nesse debate muitas vezes surgem termos um pouco complexos, como o chamado autoplágio”.

O que é autoplágio? Entenda

No meio acadêmico, o termo autoplágio ou “reciclagem de textos” define o reaproveitamento de trechos ou temas importantes de um trabalho que o próprio autor já publicou no desenvolvimento de novos estudos ou artigos.

Entenda como funcionam os direitos autorais

Os direitos autorais protegem as criações intelectuais contra o uso não autorizado. Eles se dividem em direitos morais, que são perpétuos, intransferíveis, e direitos patrimoniais, que permitem a exploração econômica e podem ser transferidos ou vendidos.

Após o falecimento, os direitos morais do autor ficam com os herdeiros e os patrimoniais duram 70 anos, depois entram em domínio público. Mas mesmo após esse período, o reconhecimento da autoria e a integridade da obra são mantidos.

Afinal, o autoplágio realmente existe?

Segundo Antonella Carvalho de Oliveira, não faz sentido usar o termo de acordo com as definições de plágio.

“O termo ‘autoplágio’ não faz sentido, pois plagiar significa roubar ideias de outra pessoa, mas quando um autor autoreferencia trechos de suas próprias obras isso não acontece pois ele já possui os direitos sobre as suas produções e pode usá-las livremente”.

“O que existe de fato é a reciclagem de textos, que é uma prática comum em áreas como a saúde onde há conceitos e pilares que não mudam com facilidade e, por isso, se repetem em artigos diferentes, mesmo que do mesmo autor”, explica.

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, Colunista do Cenário MT é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva e da SPCE - Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. Membro Mensa, Intertel e Triple Nine Society, sociedades de pessoas com alto QI.