Representantes de instituições civis dos países que compõem o Brics estão reunidos no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (4) e sábado (5), marcando a primeira reunião oficial do Conselho Popular, criado em 2023 na Rússia. O evento busca fortalecer o diálogo entre governos e sociedade civil, promovendo propostas conjuntas para desafios globais e regionais.
Na abertura, realizada no Teatro Carlos Gomes, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, destacou a necessidade de o Brics fomentar a interação entre povos e governos. “O Brics talvez seja uma das grandes inovações da geopolítica internacional recente”, disse, defendendo o protagonismo das populações na definição de políticas públicas.
O Conselho Popular visa impulsionar a cooperação e o desenvolvimento sustentável nos países do bloco, formado atualmente por 11 membros. A reunião ocorre antes da cúpula de chefes de governo, prevista para domingo (6) e segunda-feira (7).
Entre os temas em debate estão saúde, educação, ecologia, cultura, finanças, segurança cibernética e respeito à soberania. Segundo a integrante Rita Coitinho, as discussões reuniram mais de 120 participantes, representando 57 organizações brasileiras e 63 estrangeiras, gerando recomendações que já tiveram uma versão preliminar entregue a diplomatas em junho.
Essas recomendações focam no fortalecimento da cooperação Sul-Sul e na construção de pontes em áreas sensíveis, como saúde e cultura, visando enfrentar problemas comuns a países em desenvolvimento. “É claro que o nosso documento é extenso, mas temos boas expectativas”, afirmou Rita.
Entre as entidades participantes está o Movimento Nacional de População em Situação de Rua. O secretário executivo, Flávio Lino, ressaltou que mais de 6 milhões de pessoas vivem nessa condição nos países do Brics. “Não podemos falar só de economia, precisamos discutir desenvolvimento humano”, declarou, defendendo políticas que incluam essas populações.