Samarco avança para nova fase de responsabilização após decisão na Inglaterra

A Justiça inglesa definiu novas datas para o processo que trata da responsabilização pelo desastre socioambiental em Mariana, ocorrido em 2015.

Fonte: CenárioMT

Samarco avança para nova fase de responsabilização após decisão na Inglaterra
Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A Justiça da Inglaterra marcou para os dias 17 e 18 de dezembro as audiências que irão definir os próximos passos do processo que responsabiliza a mineradora BHP pelo desastre socioambiental causado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, Minas Gerais.

Na última sexta-feira (14), o Tribunal Superior de Justiça de Londres condenou a companhia pelo crime ocorrido em 5 de novembro de 2015, quando a estrutura da Barragem de Fundão se rompeu e despejou 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.

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As audiências destinadas a mensurar os prejuízos das vítimas foram programadas para começar em outubro de 2026, com duração estimada de seis meses. Essa etapa definirá valores de reparação com base em casos representativos.

A advogada Caroline Narvaez, do escritório Pogust Goodhead, que representa famílias atingidas, explicou que alguns processos servirão como parâmetro para situações semelhantes. Um exemplo citado é o de um pescador que perdeu bens materiais e vínculos comunitários, caso que poderá orientar indenizações de outras vítimas sem condições de comprovar individualmente suas perdas.

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Segundo a advogada, as avaliações incluem impactos sofridos por municípios, comunidades tradicionais, quilombolas, famílias desalojadas e pessoas que perderam o acesso à água. Cada tipo de dano será analisado nesta nova fase.

Caroline classificou como “inconcebível” a decisão das mineradoras de elevar o nível das barragens mesmo após atingirem o limite operacional, ignorando riscos conhecidos. “A BHP tinha ciência, mas continuou a expandir para maximizar seus lucros”, afirmou.

O desastre, considerado uma das maiores tragédias socioambientais do país, deixou 19 mortos, destruiu moradias, lavouras e ecossistemas, além de contaminar severamente a bacia do Rio Doce. Municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo foram afetados, e até a foz do rio e o oceano sofreram impactos, apesar de declarações da Samarco sobre suposta normalização da água e da vida aquática.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada. Envie sua sugestão para o e-mail [email protected]