Próximo ao pico de contágio, estado de MG é excluído pelo governo federal de repasse de remédios fundamentais para UTIs

Fonte: Patrícia Fiúza, G1 Minas

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Foto: Reprodução/Visual Science

Com previsão da chegada ao pico de contágio do novo coronavírus na próxima quarta-feira (15), Minas Gerais ainda precisa lidar com o desafio de escassez de medicamentos para intubação de pacientes com Covid-19 em estado grave e de insumos para testagem .

Na última semana, o estado ficou de fora da distribuição de remédios como anestésicos e bloqueadores neuromusculares, utilizados em UTIs, e ainda não recebeu os 500 mil testes PCR prometidos pelo Ministério da Saúde.

Os anestésicos e bloqueadores neuromusculares começaram a entrar em falta no mercado nacional após o aumento de casos graves de Covid-19. Os dois são primordiais para o processo de intubação de pacientes.

De acordo com o governo federal, 18 estados receberam 8 tipos de medicamentos, totalizando 806 mil unidades. Segundo a pasta, é realizado, diariamente, levantamento dos locais que estão com estoques zerados ou muito baixos para priorizar a distribuição dos insumos.

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A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) disse o governo federal garantiu que Minas será “beneficiado em breve”.

A SES-MG também confirma dificuldade para comprar estes insumos, mas nega que haja falta em hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em que as aquisições e entregas de insumos e medicamentos são feitas por meio de fornecedores licitados e cadastrados.

Já no SUS-BH, a Secretaria Municipal de Saúde informou que conta com estoque para suprir a demanda do município. Disse também que já está em articulação com fornecedores e governos estadual e federal para que o desabastecimento seja resolvido.

Ainda de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, mais de 3 mil doses de ampolas destes medicamentos foram enviados para hospitais filantrópicos da capital credenciados da rede SUS. Entre as unidades contempladas estão a Santa Casa, o Hospital São Francisco e o Hospital Luxemburgo.

Hospitais devem informar estoques

Na semana passada, o governo de Minas publicou a deliberação determinando que todos os hospitais SUS informem, semanalmente, os estoques de medicamentos como sedativos, anestésicos, bloqueadores neuromusculares e substâncias usadas na intubação de pacientes que precisam de internação em leitos de terapia intensiva.

O objetivo desta comunicação é possibilitar “cooperação entre prestadores de serviço”, de forma que aquelas unidades de saúde que têm estoque de um determinado medicamento possam fornecer a outra que esteja com estoque zerado.