Paciente em tratamento de câncer defende dose de reforço contra Covid-19: ‘Se vier, sou a primeira da fila para tomar’

Fonte: Letícia Paris, G1 PR

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Foto: Zilda Carboneira/arquivo pessoal

O anúncio da aplicação de uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19 no Brasil, feito nesta quarta-feira (25), repercutiu entre as pessoas que fazem parte dos grupos previstos para receber a etapa do imunizante.

Para a enfermeira aposentada Zilda Carboneira, de 59 anos, a notícia trouxe animação. Ela mora em Curitiba e faz tratamento de quimioterapia contra um câncer, no Hospital Erasto Gaertner.

“Logicamente, a gente fica muito mais tranquilo sabendo que tem essa possibilidade. Como eu faço quimioterapia, sou totalmente a favor da vacina, porque a gente fica com a imunidade mais baixa, né. Se vier mais uma dose, sou a primeira da fila para tomar”, disse.

 

Conforme informado pelo Ministério da Saúde, o público-alvo da etapa de reforço da imunização, prevista para ocorrer a partir de setembro, é formado por idosos com mais de 70 anos e pessoas com baixa imunidade (imunossuprimidos).

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O grupo de imunossuprimidos inclui pessoas com câncer, pessoas vivendo com HIV, transplantados e outros pacientes com o sistema imune fragilizado, o que deixa a pessoa mais suscetível a infecções.

Segundo o Ministério, a dose de reforço é indicada para idosos que completaram o esquema vacinal há mais de seis meses. No caso dos imunossuprimidos, devem esperar 28 dias após a segunda dose.

Zilda comentou que mora com uma filha, netos e um genro, e que a família tem redobrado os cuidados para se protegerem da Covid-19.

Ela tomou a segunda dose da vacina no início de agosto e, mesmo imunizada, tenta sair de casa o mínimo possível. Preocupação que ela gostaria que outras pessoas também tivessem.

“O que eu gostaria é que o povo se conscientizasse de que precisamos da vacina: uma dose, duas doses, três doses. Vamos colocar máscara, vamos usar álcool gel, manter distanciamento, mas o povo não quer saber”, lamentou.

 

A aposentada conta que quando a imunização contra a Covid-19 começou, chegou a pensar em não comparecer para receber as doses, mas que depois percebeu a importância de buscar a imunização.

“No começo da pandemia, eu até pensei ‘não vou’. Não botei fé. Mas quando a vacina apareceu, eu fui a primeira. Fui empolgada tomar a vacina”, disse.

O Ministério da Saúde informou que as doses devem ser enviadas aos estados a partir de 15 de setembro. Nesta etapa, conforme o governo, serão aplicadas preferencialmente doses da Pfizer, mas também poderão ser utilizadas as vacinas da AstraZeneca e Janssen.

No Paraná, não houve anúncio sobre a vacinação com as doses de reforço para os dois públicos informados pelo Governo Federal.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o Paraná segue o Plano Nacional de Imunizações. “Se a orientação for oficializada, o estado irá seguir conforme determinado pelo Ministério da Saúde”, destacou a pasta.

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A expectativa de Zilda por mais uma dose de proteção acompanha a ansiedade pelo controle da pandemia. A paranaense aguarda o momento seguro para poder voltar a viajar e visitar os familiares, no nordeste do país.

“Eu quero viajar. Quero ficar no sol, ir para o nordeste, tenho familiares por lá e faz muito tempo que eu não vejo ninguém de lá. Meus passeios hoje em dia são do hospital para casa, de casa para o hospital”, comentou.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso.