O irmão da motorista de aplicativo Luciana Cordioli, de 41 anos, morta com 71 facadas durante um assalto, conta que a vítima fazia corridas havia um ano e meio com o objetivo de sustentar os dois filhos.
O corpo de Luciana foi encontrado ao lado de uma mata no dia 13 de dezembro de 2020, em Fernandópolis, interior de São Paulo. O lavrador Jovanilson Soares Nogueira foi preso acusado de cometer o crime. Ele foi condenado a 30 anos de prisão.
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De acordo com Alexandre Giovani Cordioli, irmão da motorista, Luciana trabalhou durante muito tempo com contabilidade. Porém, decidiu voltar a Fernandópolis para ficar mais perto da mãe e dos filhos.
“Havia um ano e meio que minha irmã dirigia dia e noite para dar o melhor para os dois filhos. Foi um choque a morte dela. Ela financiava carro para trabalhar. Conseguia um dinheiro e usava para pagar as contas”, afirma Alexandre, que atua como escriturário.
No dia do crime, um dos filhos da motorista de aplicativo entrou em contato com o tio para dizer que a mãe não estava atendendo as ligações.
Minutos depois, Alexandre recebeu uma ligação de um policial militar e foi à casa de Luciana, onde recebeu a notícia que a irmã havia sido morta.
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“Fui conversar com o delegado. O assassino passou do meu lado na delegacia quando foi encaminhado para a cela. Tive que me controlar para não fazer nada. Ia perder a razão”, relata o escriturário.
Por conta do assassinato, os dois filhos da vítima, um de 19 e outro de 17 anos, estão recebendo auxílio psicológico e financeiro da família.
“Eles estão com a minha mãe. Os dois ficaram acabados. Não dormem direito, choram durante à noite e acordam assustados, principalmente o menor”, conta Alexandre.
O escriturário parabeniza o juiz responsável por condenar Jovanilson Soares Nogueira a 30 anos de prisão em regime fechado. Contudo, lamenta o fato de o lavrador poder sair da cadeia, enquanto os filhos de Luciana jamais verão a mãe novamente.
“Conversando com advogados, descobri que a pena pode cair para 12 ou 15 anos. O criminoso tem 19 anos. Ou seja, pode sair da cadeia com mais de 30 anos. Como vou explicar isso para meus sobrinhos?”, desabafa o escriturário.
“Ninguém cumpre totalmente a pena aplicada. O criminoso pode ganhar uma saidinha do Dia das Mães, mas meus sobrinhos não têm mais mãe. Disseram que o criminoso queria roubar? Mas dar 71 facadas. Nada justifica. Foi aplicada a pena máxima que a lei permite, mas acredito que poderiam ser feitas mudanças na lei”, complementa Alexandre.
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