O Brics formalizou neste domingo (6) um apelo para renegociar dívidas de países de baixa e média renda dentro de um mecanismo sugerido pelo G20. A Declaração de Líderes, assinada no Rio de Janeiro, pede um tratamento mais abrangente para o endividamento externo, destacando os impactos de juros elevados e crédito internacional restrito nas economias mais frágeis.
O documento defende uma abordagem “holística” para garantir recuperação econômica e desenvolvimento sustentável, respeitando leis internas e reforçando a responsabilidade fiscal. O grupo destacou ainda a necessidade de colocar em prática o Marco Comum do G20 para Tratamento da Dívida, que prevê negociações entre governos, credores privados e bancos multilaterais de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Banco do Brics.
Além disso, a declaração final incluiu discussões sobre a criação de um sistema de garantias multilaterais. Essa proposta reuniria ativos dos países do Brics para cobrir inadimplências e reduzir juros em financiamentos externos. O plano deve avançar como projeto piloto dentro do Novo Banco de Desenvolvimento ao longo de 2025, com um balanço previsto para a cúpula de 2026.
O texto também cita a revisão do Acordo de Reservas Contingentes (ARC), criado em 2014 para oferecer assistência financeira mútua em caso de dificuldades no balanço de pagamentos, com a possibilidade de incluir novas moedas.
Atualmente, o Brics reúne 11 membros permanentes, entre eles Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul, e representa 39% da economia global, quase metade da população mundial e 23% do comércio internacional. A 17ª Reunião de Cúpula ocorre no Rio de Janeiro sob a presidência brasileira.