Academia Militar das Agulhas Negras tem mais de 240 casos de Covid-19 entre os 1,8 mil alunos

Fonte: Nicolás Satriano, G1 Rio

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Foto: Banco de imagens da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN)

Com 1.784 aspirantes a oficiais nas fileiras, até 20 de junho a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) – onde são formados os oficiais de carreira do Exército – registrou 242 casos confirmados de Covid-19.

Isso significa que, na época, 13% do total de militares que cursavam a instituição de ensino superior em Resende, no Sul do Rio de Janeiro, também conhecida como “forja de líderes”, foram infectados pelo novo coronavírus.

Mas esse não foi o único caso. A Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena, também registrou um surto de Covid-19 em maio e mais 9 casos em julho.

Questionado via Lei de Acesso à Informação (LAI) em junho, o Exército apresentou uma tabela com dados de diretorias ligadas ao ensino militar detalhando os casos de Covid na Aman e em outras instituições da força.

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Na academia e em outras 40 unidades de ensino do Exército, a relação demonstra que não houve nenhuma morte ligada à pandemia. Sobre a Aman, o documento registra que todos os 242 militares se recuperaram da doença e também que todos foram testados para Covid.

Numa resposta à parte, a força informou que o Instituto Militar de Engenharia (IME), que fica na Praia Vermelha, no Rio, registrou oito casos de Covid-19 e nenhuma morte. Além disso, todos os infectados já haviam se recuperado.

Também foi dito que o IME fez 196 testes para Covid-19 e tem matriculados 866 alunos, entre civis e militares.

Infectados na Aman X casos em Resende

Tendo os dados do Exército como parâmetro, o total de 242 militares da Aman atingidos pela Covid-19, até 20 de junho, representava quase a metade de todos os 489 casos de coronavírus em Resende. Mas há divergência nos números.

Na tabela em que informou o número de casos na Aman, o Exército disse ter registrado, até 20 de junho, 30 casos de infecção na academia e 242 militares recuperados.

Depois de apresentado recurso pedindo que a força esclarecesse como era possível o número de contaminados ser menor que o de recuperados, o Exército corrigiu o dado afirmando que deveriam ser consideradas as 242 infecções por Covid-19.

“Sobre a alegação de divergência nos dados apresentados acerca do número de instruendos infectados (confirmados) na AMAN, retificamos a informação prestada inicialmente: onde se lê 30, leia-se 242.”, respondeu o Exército em recurso assinado pelo coronel Fernando Costa Adam, assistente da 2ª Subchefia do Estado Maior do Exército (EME).