A pacata rotina de uma fazenda às margens do rio Miranda, em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, foi quebrada por uma cena digna de um documentário da vida selvagem — mas com um desfecho trágico.
Jorge Avalo, 60 anos, conhecido por todos como um senhor tranquilo e cuidadoso com os animais da região, foi surpreendido por uma onça-pintada na calada da noite. A Polícia Militar Ambiental (PMA) confirmou a ocorrência e, ao chegar no local, encontrou pegadas do felino e partes do corpo de Jorge espalhadas pela vegetação densa.
Um vídeo feito por outros caseiros mostra claramente os rastros do felino e o rastro da perseguição, como se a natureza tivesse deixado um rastro de suspense no chão úmido. É como se a mata tivesse contado a história, pegada por pegada, gota por gota.
Pegadas na madrugada: o último encontro de Jorge com a onça do Miranda
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Selvagem e real: quando a natureza se impõe às margens do Rio Miranda
Na região do rio Miranda, os moradores já convivem com a fama das onças-pintadas. Majestosas, silenciosas e donas do pedaço, elas são vistas com frequência nas redondezas — e não à toa. Com o avanço das atividades humanas sobre áreas nativas, muitos desses felinos têm mudado seus hábitos e se aproximado cada vez mais de zonas habitadas.
O coronel da PMA, Carlos Rodrigues, informou que a equipe chegou ao local por volta das 9h da manhã, após a denúncia. O local do ataque, que fica a cerca de duas horas de barco da cidade de Miranda, foi isolado para investigação, mas o mistério já está no ar: o que teria levado a onça a atacar Jorge? Instinto? Fome? Medo?

Convivência ou Conflito?
Embora o caso seja trágico, ele acende uma luz importante: como equilibrar a convivência entre humanos e grandes felinos? As onças, símbolo da fauna brasileira, estão cada vez mais cercadas por fazendas, estradas e gente. E, quando não há mais espaço para fugir, elas reagem.
A PMA segue monitorando a área e reforçando os cuidados para moradores ribeirinhos. A dica? Respeito à natureza, sempre. Porque, no mundo animal, o território é lei — e a selva, mesmo quando silenciosa, fala alto.