Várzea Grande faz mutirão de cirurgias ortopédicas para tentar zerar fila

Fonte: Bárbara Fava, TV Centro América

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O Hospital Metropolitano de Várzea Grande está realizando um ‘mutirão ortopédico’ para tentar zerar a fila de cirurgias em 45 dias. A campanha começou em maio deste ano.

O soldador, João Paulo Miranda aguarda para fazer duas cirurgias desde o ano passado, uma no braço e outra na perna. Ele teve uma fratura exposta e precisa realizar o procedimento para corrigir o osso, pois, atualmente, ele não consegue andar.

“Só de olhar para a minha perna fico triste pelo estado que ela está. Ela ficou mais curta, eu ando na cadeira de rodas e ela mesma puxa para um lado”, contou.

O João chegou a ser atendido em Várzea Grande, mas foi transferido para outro hospital em Cuiabá.

“Remarcaram a minha cirurgia, porque estava parado por causa da pandemia. Depois de três meses remarcaram de novo. Era pra eu comparecer no hospital. Liguei explicando que eu tinha uma cirurgia para fazer e a atendente disse que iria remarcar por causa da pandemia de novo”, disse.

Muitos hospitais suspenderam os atendimentos de cirurgias eletivas – não são de urgência. De acordo com o secretário de saúde de Várzea Grande, Gonçalo Barros, a pandemia fez com que vários procedimentos fossem suspensos.

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“Esses casos de cirurgias ortopédicas foram acumulando, fato é que o Metropolitano virou referência em Covid-19 e não está fazendo cirurgias. A Santa Casa não está fazendo cirurgia e alguns hospitais de Cuiabá também. A pandemia tomou conta”, explicou.

O Hospital Metropolitano de Várzea Grande está com um novo centro cirúrgico e contratou novos profissionais. Com a saída da rede ‘Cegonha’ do local, o espaço ficou dedicado para a ortopedia.

O médico ortopedista Marcelo André contou que que, por causa da rede Cegonha, as equipes médicas precisavam ceder salas para as mulheres que entravam em trabalho de parto e, com isso, as cirurgias ortopédicas foram adiadas.

“A rede cegonha das pacientes que estavam gestantes foi transferida para o Hospital São Lucas e com isso, tivemos um maior espaço físico para conseguir caminhar com a fila de pacientes que estão aguardando cirurgias. Conforme a gente ia realizando os procedimentos, aparecia as pacientes gestantes que entravam em trabalho de parto, então a gente tinha que parar e dar uma sala. Isso aumentava ainda mais a demanda de pacientes ortopédicos”, contou.

O número de cirurgias ortopédicas, por dia, dobrou desde que o mutirão começou, mas os pacientes ainda precisam aguardar.

A autônoma Queila de Fátima está com o filho internado no hospital por causa de um acidente de moto. Demorou uma semana para que as cirurgias fossem realizadas.

“Ele precisava fazer três cirurgias e hoje saiu duas. A agora falta mais uma que vai fazer quando estiver um pouco melhor”, disse.

O secretário de Saúde explicou que novos atendimentos podem ser agendados.

“A pessoa faz o atendimento aqui no Pronto Socorro, ela vai ser cadastrado e depois passar por uma análise médica para ser agendado. A gente vai adequando de acordo com a urgência de cada caso”, pontuou.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso.